Autoeuropa: já há quem compare o novo modelo elétrico ao ‘Carocha’

Autoeuropa: já há quem compare o novo modelo elétrico ao ‘Carocha’


‘Os carros não são atribuídos por decreto e como a fábrica da Autoeuropa produz o Troca pensavam que também iria fazer o elétrico’, mas foi para a Alemanha. Novo modelo competiu com outras fábricas.


A Autoeuropa perdeu o modelo T-Roc elétrico para a fábrica de Wolfsburgo, na Alemanha, mas ganhou o novo modelo ID.Every1. Ao que o Nascer do SOL apurou, para muitos é visto como o novo ‘Carocha’, em termos de impacto na marca já que tem todo o potencial para ser icónico e fundamental para a marca e cuja produção estava a ser disputada pela República Checa e Eslováquia. Fonte ligada ao processo lembra que as fábricas estão sempre em competição e ganha a que for mais capaz, a mais competitiva para produzir o novo modelo. «Os carros não são atribuídos por decreto, ao contrário do que muitos pensam e como a fábrica da Autoeuropa produz o o T-Roc pensavam que também iria fazer o elétrico. Só que as coisas não funcionam assim, o carro que vai para a Autoeuropa esteve em concurso com várias fábricas e foi uma competição dura», salienta.


De acordo com a fábrica de Palmela, «o lançamento deste modelo insere-se no ambicioso plano da Volkswagen de introduzir nove novos modelos até 2027, incluindo quatro veículos elétricos assentes na moderna plataforma modular elétrica (MEB) com tração dianteira», referindo que se trata de «um momento histórico na vida da fábrica. Esta conquista representa um marco para a Volkswagen Autoeuropa, assinalando a nossa entrada na era da eletrificação».


Uma medida aplaudida pelo Ministério da Economia ao afirmar que «de uma assentada, a economia portuguesa conquista a garantia de produção de um novo veículo elétrico, que assegura o futuro da unidade de Setúbal de uma fábrica de nova geração da Volkswagen, e de uma enorme cadeia de valor de fornecedores nacionais, por muitos anos».


Fonte ligada ao processo admite ainda que se trata de carro essencial para a marca e para a fábrica de Palmela é um modelo que vai democratizar o acesso à mobilidade elétrica urbana, uma vez que, é pequeno e apresenta «uma autonomia simpática para o círculo urbano de 250 a 300 quilómetros, daí ser importante para a marca e para o grupo». E explica que não é por Portugal produzir o T-Roc a combustão que teria de produzir o modelo elétrico. «São plataformas e investimentos completamente diferentes. Fazer um carro elétrico não tem nada a ver com um carro a combustão nem com um híbrido. Seria necessário fazer à mesma um investimento avultado, apesar da fábrica de Palmela produzir o T-Roc», salienta.

‘Mais postos de trabalho’
Também a Comissão de Trabalhadores vê esta decisão de receber um novo modelo elétrico como «a continuidade em apostar neste parque industrial», acrescentando que «a atribuição de novos modelos à fábrica de Palmela vem confirmar a confiança que o Grupo VW tem no trabalho de excelência desenvolvido pelos trabalhadores portugueses ao longo dos anos». Mas deixa um alerta: «Estamos conscientes dos vários problemas que a indústria automóvel atravessa com esta transformação na transição para os veículos elétricos. As alterações para a produção de carros elétricos devem levar em consideração a manutenção do emprego e a criação de mais postos de trabalho com direitos e boas condições de trabalho».


Já a Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial VW Autoeuropa diz que esta aposta mostra uma continuidade numa aposta neste espaço. Esta notícia surge depois de as empresas fornecedoras da Autoeuropa terem criticado a perda de negócio por parte da empresa Vanpro, fornecedora de assentos de automóvel há três décadas, o que poderá levar à perda de cerca de 475 postos de trabalho no final do ano de 2025 com o novo modelo que irá ser produzido na fábrica de Palmela.
Recorde-se que a Autoeuropa tem, atualmente, um volume de negócios de cerca de 3,8 mil milhões de euros e 4.842 colaboradores. Produziu 236.100 unidades no ano passado, ou seja, cerca de 4% das exportações nacionais e representou 1,3% do PIB de 2023.