O Novobanco, o último dos maiores cinco bancos a operar em Portugal, apresentou esta quinta-feira, os resultados a 2024, em que viu os seus lucros subirem ligeiramente para os 744,6 milhões de euros. Trata-se de uma subida face aos 743,1 milhões registados, em 2023, ainda assim, não deixa de ser o maior resultado de sempre. «O ano de 2024 foi mais um marco importante para o novobanco com a obtenção da notação de investment grade e com o fim do acordo do mecanismo de capitalização contingente. Estes factos contribuem decisivamente para explorar as oportunidades no mercado de capitais, com o objetivo último de continuar a apoiar as famílias e empresas nacionais ao longo da sua vida», diz o CEO Mark Bourke.
A margem financeira atingiu 1.179,4 milhões com uma taxa da margem financeira de 2,79%, enquanto as comissões totalizaram 323 milhões de euros, o que representa um aumento de 9,1% face a igual período passado, « suportado pelo franchising do novobanco com uma crescente base de clientes, mais 5,5% face a dezembro de 2023 e pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos».
O produto bancário aumentou 4,4%, fixando-se nos 1.502,4 milhões de euros. Já o produto bancário total, que inclui os resultados de operações financeiras e outros resultados de exploração, cresceu 8,3%, para 1.562,7 milhões. Por seu lado, os custos operativos registaram um agravamento anual de 4,2%, e registou outro custo de 62,7 milhões de euros com o «término antecipado» do mecanismo de capital contingente, «com a extinção de ativos no valor de 161,6 milhões de euros e de passivos no valor de 98,9 milhões».
Os recursos totais subiram 6,7% para 37,6 mil milhões de euros, com os depósitos a crescerem 5,7%. Nos empréstimos, o crédito a empresas subiu 0,5%, para 13,891 milhões, e o crédito a particulares subiu 3,6%, para 12.088 milhões.
O conselho de administração revelou ainda que irá propor, na assembleia geral de acionistas que irá decorrer a 21 de março, «a distribuição de um dividendo no montante de 224,6 milhões de euros», o que acontecerá pela primeira vez desde a sua criação, em 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo», acrescentando que a distribuição do dividendo «representa 30% dos resultados de 2024, entendendo que «é possível graças ao fim antecipado do acordo de capitalização contingente».
Mark Bourke aos analistas deixou ainda uma mensagem de tranquilidade aos investidores, numa altura, em que a venda do banco está a ser preparada. «Este é um país com ampla estabilidade política, apesar da recente instabilidade política que poderá resultar na queda do Governo: ou é centro direita ou centro esquerda, com ambos os partidos de poder a estarem comprometidos com a estabilidade das contas públicas», disse.