Turismo animado com a chegada

Turismo animado com a chegada


Podemos não ter o calor do Brasil mas o fim de semana é prolongado, o país inteiro está em festa e os turismos só têm motivos para sorrir. Nos próximos dias são milhares os que aproveitam ou para se divertir ou para descansar do Carnaval.


Sem grandes medos da chuva, está tudo preparado para receber os milhares de foliões nos vários carnavais que Portugal tem para oferecer. E as expectativas dos turismos são as melhores, ou não fossem os portugueses um povo que gosta de festa.

Loures, Ovar, Estarreja, Lazarim, Loulé, Podence ou Carregal do Sal recebem algumas das maiores festas do país. Mas há outras.

O fim de semana é prolongado, o Governo deu tolerância de ponto à função pública e, por isso, todos os caminhos estão abertos para que os portugueses – e não só – se desloquem pelo país e aproveitem dias ou de descanso ou de folia. É como preferirem.

Centro muito animado

No centro do país as expectativas estão elevadas. Até porque esta é uma zona de Portugal rica em festejos de Carnaval. «Obviamente, esta é uma época muito importante para o turismo da região, dado o esforço de grande parte dos municípios da região, que apostam em dinamizar Carnavais, muitos deles referência nacional», refere o Turismo do Centro ao Nascer do SOL. «Uns mais tradicionais, como o de Torres Vedras, a Corrida do Entrudo das Aldeias do Xisto, ou os Cardadores de Ílhavo; aos mais animados como Estarreja, Ovar, Mealhada, Figueira da Foz… Todos eles, atraem, anualmente, milhares de visitantes ao território, durante vários dias, que ajudam à notoriedade da região, bem como, trazem um grande retorno económico para a região (hotelaria, restauração, etc.)».

Algarve: Mais positivo que no ano passado

No Algarve, um dos carnavais mais conhecidos – e dos mais antigos do país – é o de Loulé, que celebra este ano 110 anos. Ainda assim, não é o único e a região tem boas perspetivas para esta data.

«As previsões apontam para um aumento da ocupação hoteleira na região, impulsionado pelo fim de semana prolongado e pela animação proporcionada pelos vários eventos de Carnaval», diz ao Nascer do SOL André Gomes, presidente do Turismo do Algarve. A principal associação hoteleira regional «estima um crescimento entre 10% e 15% na taxa de ocupação nos municípios que promovem atividades carnavalescas» e, em algumas unidades de alojamento, «a taxa de ocupação poderá atingir os 90% durante este período».

Questionado sobre se este ano será melhor ou pior que os anos anteriores, André Gomes não tem dúvidas: «As expectativas para este ano são mais positivas do que no ano passado», lembrando que, «anualmente, os corsos carnavalescos da região atraem entre 100 a 150 mil visitantes, e este ano o Carnaval de Loulé espera receber cerca de 80 mil foliões ao longo dos três dias». Além disso, acrescenta, «o setor do alojamento local mostra sinais de recuperação e vê no Carnaval um primeiro impulso positivo para a época turística».

É que, «sem dúvida», esta é uma época muito importante para o turismo algarvio. «O Carnaval representa um momento importante para o turismo no Algarve, especialmente na fase de transição para a época alta», comenta André Gomes. «Sendo um destino tradicionalmente associado ao verão, eventos como o Carnaval ajudam a dinamizar a economia regional e a mitigar a sazonalidade, atraindo visitantes numa altura do ano em que a procura turística é geralmente mais reduzida». E não é só. André Gomes recorda que a coincidência com a época alta do golfe «reforça o interesse de alguns mercados internacionais».

No que diz respeito a nacionalidades, André Gomes adianta que o mercado português continua a ser o que tem mais peso nesta altura, «com muitas famílias a aproveitarem o feriado e o fim de semana prolongado para desfrutar de umas miniférias no Algarve». Mas destacam-se também os turistas estrangeiros, sobretudo britânicos, alemães, suecos e neerlandeses «que procuram a região tanto pelo clima ameno como pela oferta de golfe e lazer».

Mas focando-nos apenas no Carnaval, é claro que o que o Algarve tem para oferecer atrai muitas pessoas. «Os corsos carnavalescos de Loulé, Quarteira, Moncarapacho, Altura ou Paderne, bem como os desfiles infantis e os bailes de Carnaval, são fundamentais para atrair visitantes e dinamizar a economia local», garante o presidente do Turismo do Algarve, que defende ainda que estes eventos «não só aumentam a ocupação hoteleira e a restauração, como também reforçam a identidade cultural da região e promovem a sua diversidade turística, demonstrando que o Algarve oferece muito mais do que o tradicional turismo de sol e mar».

Escapadinhas no Alentejo

Ainda que a região não conte com as principais atrações carnavalescas, também o Alentejo beneficia deste fim de semana prolongado.

Ao nosso jornal, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, adianta que, nesta fase, a ocupação estimada está a rondas os 75% «mas ainda vamos ter muitas reservas de última hora». As perspetivas são «as melhores», garante. Esta é uma época importante para a região «não tanto pelo Carnaval, mas porque é uma escapadinha de fim de semana e os portugueses reagem sempre muito favoravelmente ao Alentejo».

Tal como acontece no Algarve, José Santos destaca a importância do mercado português nesta altura mas também dá destaque ao acréscimo do mercado espanhol.

E ainda que o Alentejo não tenha grandes atividades de Carnaval, há muitas que não passam despercebidas. «Salientaria Elvas, Cuba, Sines e Redondo, que oferecem excelentes atividades. E no Ribatejo, Rio Maior e Cartaxo», destaca.

Lisboa e Porto com muitas atividades

Na região de Lisboa, um dos carnavais mais conhecidos é o de Loures, que atrai todos os anos milhares de pessoas. Mas um pouco por todo o lado há festas e vários carnavais para todos os gostos. Este ano, em Lisboa, o Carnaval Brasileiro de Rua vai integrar oficialmente o calendário da cidade, com o reconhecimento institucional e apoio da autarquia.

No Porto, destaque para o Mercado Pop-up de Carnaval, mas também o Desfile de máscaras no Museu do Carro Elétrico, o Carnaval de Ermesinde ou o Desfile da Batucada Radical.

Depressão a caminho

Mas para os foliões as notícias podem não ser as melhores. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que, a partir desta sexta-feira, «uma depressão com expressão em altitude, irá ficar centrada a oeste de Portugal Continental», o que vai acabar por afetar o estado do tempo até 4 de março, incluindo assim a época de Carnaval.

Assim, estão previstos aguaceiros que começam já esta sexta-feira «nas regiões do litoral e que se estendem às regiões do interior ao longo do dia, mas que entre os 28 de fevereiro e 2 de março parecem ser mais prováveis nas regiões Centro e Sul». No entanto, o IPMA diz que as zonas do país onde se espera a ocorrência de precipitação estarão dependentes da posição da depressão, a qual tem alguma incerteza associada.

Além de estar ligeiramente mais frio, «com o enchimento da referida depressão, prevê-se que os aguaceiros ocorram de forma cada vez mais dispersa e menos frequente nos dias 3 e 4 de março e apenas na região Sul»