O primeiro-ministro falou, este sábado, ao país para encerrar “de vez” a polémica em torno da Spinumviva, empresa imobiliária fundada por Luís Montenegro, atualmente gerida pela mulher e filhos.
Luís Montenegro começou por dizer que nunca cedeu a interesses particulares face ao interesse público. “Não pratiquei nenhum crime, nem cometi nenhuma falha ética”, garantiu.
Por outro lado, anunciou algumas mudanças relacionadas com a Spinumviva. “A empresa será doravante detida e gerida pelos meus filhos, mudará a sua sede e seguirá o seu caminho exclusivamente na esfera da vida deles”, adiantou. A mulher deixa assim de ser sócia-gerente.
“O Governo dispõe de condições para continuar a executar o programa do Governo” disse ainda, mostrando-se disponível “para um escrutínio saudável”.
No entanto, acrescentou que não fica no cargo “a qualquer custo” e deixou um desafio à oposição, em especial ao PS, a quem deixou várias críticas, acusando o partido de Pedro Nuno Santos de não resistir “a fomentar a desconfiança e a insinuação”.
“A situação política tem de ser clarificada sem manobras táticas e palacianas”, insistiu Montenegro, desafiando a Assembleia da República a “interpretar a vontade dos portugueses”, abrindo assim a porta à apresentação de uma moção de confiança ao Governo.
“Sem essa resposta, a confirmação política exigirá a confirmação dessas condições no Parlamento, o que, por iniciativa do Governo, só pode acontecer com a apresentação de uma moção de confiança”, tentou esclarecer.