PIB. Governo sem previsão para revisão em baixa

PIB. Governo sem previsão para revisão em baixa


Ministro admitiu que “o nível de incerteza é muito grande e a zona euro tem sido muito afetada por essa incerteza”


O ministro das Finanças disse esta terça-feira que o Governo não prevê uma revisão em baixa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Miranda Sarmento estima que, apesar da “enorme incerteza” geopolítica, a economia portuguesa cresça acima de 2% em 2025.

“Neste momento não vemos razão para rever em baixa, pelo contrário, até estamos dentro da enorme incerteza que existe, moderadamente otimistas que a economia portuguesa crescerá acima de 2% este ano de 2025”, declarou o governante. 

Numa altura de ameaças norte-americanas relativas ao comércio e em que a UE tenta financiar a aposta na sua defesa e segurança, o ministro admitiu que “o nível de incerteza é muito grande e a zona euro tem sido muito afetada por essa incerteza”.

Isto porque, afiançou, “as grandes economias – com exceção de Espanha -, sobretudo Alemanha e França, estão a ter crescimentos muito baixos e isso naturalmente afeta muito a média da zona euro e da União Europeia”.

Ainda assim, reforçou: “À data de hoje, com aquilo que sabemos, sem ignorar a enorme incerteza que existe sobre aquilo que serão as decisões e a consequência dessas decisões e o comportamento das principais economias mundiais, nós estamos bastante confiantes que a economia portuguesa vai crescer acima de 2% este ano, por via do investimento e também por via do consumo privado”.

Joaquim Miranda Sarmento destacou ainda, no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (UE)  o “quarto trimestre muito favorável” para o PIB português. 

“O efeito de carry-over, ou seja, de arrastamento desse crescimento do quarto trimestre para 2025 é de cerca de 1,3%. Ou seja, mesmo que os quatro trimestres da economia portuguesa estagnassem, ainda assim em 2025 a economia portuguesa cresceria 1,3% e a nossa projeção em outubro é de 2,1%”, enumerou.

A posição surge depois de, na segunda-feira, o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, ter realçado que os “tempos geopolíticos turbulentos” impactam o crescimento da zona euro, vincando que, “sem uma paz duradoura na Ucrânia”, também não existe estabilidade económica.