O Conselho Nacional da Iniciativa Liberal decorreu sem sobressaltos. Foi o primeiro encontro desde que os novos órgão foram eleitos e, tal como o Nascer do SOL já tinha avançado, tudo indicava que a oposição interna estaria mais enfraquecida. Isto porque, Bernardo Blanco, rosto da lista F (passou de 24 para 32), e Pedro Ferreira da lista X foram os grandes vencedores desta última convenção, saindo como grande derrotada a lista T, de André de Serpa Soares (passou de 24 para 5). Números que levaram vários militantes a admitir que «a oposição torna-se menos efetiva dentro do Conselho Nacional com os moderados construtivos a perderem esta batalha».
Um dos pontos em cima da mesa foi a escolha de Mariana Leitão para a corrida a Belém, nome que foi aprovado por unanimidade. Agora vice-presidente do partido, a candidata às Presidenciais indicou que a sua candidatura será «contra o medo, de otimismo, esperança e ambição».
De acordo com fontes ouvidas pelo nosso jornal, os olhos estão agora postos no possível resultado de Mariana Leitão: «Para ter um bom resultado nas eleições presidenciais significa que terá de um resultado próximo de Mayan e tão próximo daquilo que foi o resultado de 9% nas europeias», reconhecendo, no entanto, que isso poderá criar «uma espécie de guerra civil interna entre quem vão ser os próximos candidatos à liderança do partido».
Os membros do Conselho Nacional aprovaram ainda, com apenas uma abstenção, a candidatura às Eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, que será encabeçada por Gonçalo Maia Camelo. Já em relação a possíveis coligações com o PSD em matéria de autárquicas, fontes ouvidas pelo Nascer do SOL referem que foi dada a garantia que «não houve reuniões até à Convenção Nacional», apesar deste ponto não ter estado em cima da mesa.
Recorde-se que, em entrevista ao nosso jornal, Rui Rocha, disse que, em parte, a decisão está nas mãos dos núcleos territoriais. «O desafio que faço aos núcleos é que se depender da vontade do seu presidente, a Iniciativa Liberal apresenta-se por regra com as suas listas. Exceção em determinadas circunstâncias e cumprindo determinados critérios. Nós temos neste momento cerca de 90 núcleos territoriais e, portanto, é a base sobre a qual se constituirão as propostas e as candidaturas da Iniciativa Liberal. Nós não vamos concorrer a todos os municípios do país, não faz sentido», salientou.
Só Expulsão de Mayan agitou águas
A expulsão de Mayan foi o único ponto que agitou o Conselho Nacional. O Nascer do SOL sabe que houve um conselheiro a pedir para que fosse a votação mais um ponto na ordem de trabalhos no sentido de haver uma explicação de porque é que essa decisão foi tomada pela Comissão Executiva, mas que foi bloqueado. De acordo com fontes ouvidas pelo nosso jornal, revelam que essa informação deveria ter sido comunicada pelo conselho de jurisdição que deveria ter comunicado às partes envolvidas, una vez, que podiam recorrer da decisão. «Verdadeiramente, não há nenhuma razão para o partido, enquanto organização fazer essa comunicação porque não é uma informação de interesse público, ao contrário do que estão a dizer. Trata-se de um processo interno do partido e Tiago Mayan ainda pode decorrer ao plenário do Conselho de jurisdição. Na realidade, nesta fase, a comunicação feira por parte da Comissão Executiva é completamente extemporânea», diz fonte ouvida pelo Nascer do SOL.
E acrescenta: «Há explicações para serem dadas e o Concelho Nacional é o momento excelente para isso. Não há nenhuma razão para que essa explicação não tivesse sido dada».
Recorde-se que assim que foi revelado que teria de sair do partido, Tiago Mayan disse que se trata de uma decisão de «natureza confidencial» e que o processo «ainda estava em curso». O ex-candidato prometeu «prosseguir com as diligências adequadas perante instâncias, internas ou externas, com legitimidade para decidir, visando a composição da narrativa única que, até ao momento, tem sido mediaticamente perpetrada, tudo com o objetivo já previamente definido de me afastar do partido, custe o que custar».