CDS quer afirmar autonomia nas presidenciais

CDS quer afirmar autonomia nas presidenciais


No CDS ainda há quem espere por Portas. A direção vai guardar apoios para a última hora.


Qual é a pressa? É uma frase muitas vezes associada a António José Seguro e ao Partido Socialista, mas que neste momento se adequa aos centristas e à definição da sua opção sobre eventuais apoios a um candidato presidencial.

Nuno Melo fez questão de dizer que tudo está em aberto, em declarações aos jornalistas feitas esta semana, deixando no ar a hipótese de o partido poder apresentar um candidato próprio.

Paulo Portas é o nome que aparece sempre que se fala em candidaturas presidenciais do CDS, e desta vez não foi diferente. Na sequência das declarações de Nuno Melo, muitos centristas voltaram a ressuscitar uma hipotética candidatura do ex-líder do partido. O próprio não tem dado margem para tirar conclusões e há quem garante que Portas ainda está a avaliar as suas hipóteses.

Fonte do partido disse ao nosso jornal que «agora é tempo para ver como as coisas vão evoluir em termos de candidaturas. Se as sondagens forem mostrando que o Marques Mendes não descola, aí ele (Portas), pode ponderar avançar». Em sentido contrário, um antigo dirigente centrista garantiu-nos que a hipótese de uma candidatura de Paulo Portas está completamente excluída, «mas ele vai querer manter-se até ao fim como uma hipótese possível. Não quer que se deixe de falar dele como hipótese».

Para já uma coisa é certa, o CDS_quer preservar a sua autonomia de decisão intacta. «O acordo de coligação não prevê as eleições presidenciais e por isso não temos qualquer compromisso», lembra ao Nascer do SOL_ um responsável do partido. Questionado sobre se um apoio ao almirante Gouveia e Melo pode estar em cima da mesa, a resposta é cautelosa:_«Até sabermos o que pensa sobre o país e a política não pode estar. Não há votos no escuro».

Depois de num primeiro momento os centristas terem ficado muito incomodados com a moção que Luís Montenegro levou ao congresso, onde dizia que o candidato presidencial a apoiar pelo partido deveria ser um militante do PSD, agora o momento é de calma e descontração.

«Ao definir que o candidato presidencial deve ser um militante, o PSD_fez a escolha por um candidato partidário. A partir daí o CDS sente-se livre para tomar as suas decisões em autonomia. Vamos deixar consolidar os candidatos e depois avaliaremos quem apoiar», esta é a disposição da direção do CDS por estes dias.