O galardão entregue pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas é um dos objetos mais cobiçados de Hollywood. Muitos veem-no apenas como um momento de glamour onde se reúnem e desfilam os seus ídolos. Outros, esperam pela cerimónia dos Óscares todo o ano para saber quem levará as estatuetas para casa depois de verem todos os filmes nomeados e fazerem as suas apostas. A verdade é que a sua história já é longa e muita coisa tem mudado. Mas voltando às origens… Com surgiu o prémio? Do que é que é feita a estatueta e qual o seu valor? Poderão os vencedores vendê-la? Quem são os responsáveis pela escolha dos grandes vencedores? Quais os atores com mais prémios até hoje? Alguns artistas negaram o prémio? A LUZ conta-lhe algumas curiosidades sobre o evento.
Prémio negado
Em toda a história dos Óscares já houve três pessoas que o recusaram. Em 1935, o argumentista Dudley Nichols fê-lo por causa de um desacordo entre a Academia e o Writer’s Gild (WGA). Este recebeu o prémio pelo argumento de The Informer. Em 1971, pelo incrível trabalho no filme Patton, o ator George C. Scott venceu o prémio de Melhor Ator. Este já havia enviado uma carta à Academia a pedir que o seu nome fosse retirado da lista de nomeados. Em 1972, foi a vez de Marlon Brando, que venceu o prémio de Melhor Ator com O Padrinho. O ator estava em protesto contra o tratamento dado pela indústria cinematográfica aos nativos americanos. Além destes, o realizador Roman Polanski também não recebeu o seu Óscar de Melhor Realizador em 2003, pelo filme O Pianista. O cineasta não pode entrar nos EUA.
A 1º edição
Na primeira cerimónia organizada pela associação, realizada a 16 de maio de 1929, foram premiados os melhores filmes de 1927 e 1928. O evento contou apenas com a presença de 270 pessoas (nessa altura já se sabiam quem eram os vencedores e as pessoas tiveram de pagar 5 dólares para assistir). E diz-se que esta só durou 15 minutos. Além disso, destinou-se a premiar apenas 12 categorias (algumas já extintas): Filme, Ator, Atriz, Realizador de Drama, Realizador de Comédia, Argumento Original, Argumento Adaptado, Quadros, Qualidade de Produção, Direção Artística, Fotografia e Efeitos de Engenharia.
Maiores vencedores
Katharine Hepburn é a rainha dos Óscares. A atriz americana, que teve uma carreira de mais de 60 anos, recebeu ao todo quatro estatuetas, todas elas de Melhor Atriz Principal. No entanto, Meryl Streep supera-a em nomeações: enquanto Katherine tem 12, Streep tem 21, mas recebeu o prémio apenas três vezes. Também Jack Nicholson, Daniel Day-Lewis, Ingrid Bergman e Walter Brennan receberam três prémios. Porém, só Day-Lewis faz o pleno na categoria principal – todos os outros (Streep incluída) ganharam o prémio como Secundários em pelo menos uma ocasião (Brennan ganhou nas três ocasiões, tornando-se assim o melhor ator secundário da história dos Óscares).
Relativamente aos filmes que ganharam mais Óscares, lidera a lista tanto o clássico Ben-Hur, realizado em 1959 por William Wyler, como Titanic, realizado em 1997, de James Cameron. Depois deles, vem a terceira parte da trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, que estreou em 2003. Os três filmes ganharam 11 prémios. Com dez estatuetas segue-se a versão de 1961 de West Side Story – Amor sem Barreiras, de Robert Wise e Jerome Robbins.
A origem
Criado em 1927, teve a sua primeira cerimónia em 1929, em Los Angeles. O seu objetivo – tal como hoje – era premiar as melhores produções cinematográficas de cada ano. Na altura em que surgiu, o cinema americano atravessava um processo de expansão. À época, grandes nomes do ramo resolveram juntar-se e criar uma organização que fosse responsável pela imagem de Hollywood, onde os filmes eram produzidos. Foi assim que nasceu a Academy of Motion Picture Arts and Science (AMPAS). Segundo os meios de comunicação internacionais, no princípio, a associação servia para «cuidar da imagem dos estúdios de cinema de Hollywood» e «resolver problemas dos trabalhadores».
Quem escolhe os vencedores?
Tanto os filmes selecionados para concorrer, como a escolha dos vencedores do Óscar são determinados pelos membros da Academia.
Mas se na primeira cerimónia essas escolhas foram realizadas por 26 membros, atualmente, acredita-se que estes sejam cerca de 10 mil.
Recorde-se ainda que apenas duas categorias são abertas ao voto de todos os membros: Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro. Já que, em todas as outras, é necessário «conhecimento técnico para avaliação». Além disso, até há uns anos, a Academia recebia duras críticas pela falta de diversidade, tanto entre os membros que a formavam quanto entre os indicados. Até 2012, as estatísticas indicavam que 94% dos membros eram brancos, e 77% deles eram homens. Além disso, mais de 50% deles tinham idade superior a 60 anos.
Cerimónia sem música?
Ao contrário do que aconteceu nas outras edições, os Óscares deste ano não incluirão atuações de artistas nomeados para a categoria de Melhor Canção Original. «Este ano, a apresentação da categoria de Melhor Canção Original irá distanciar-se das atuações ao vivo e centrar-se-á nos compositores. Vamos celebrar a sua arte através de reflexões pessoais das equipas que dão vida a estas canções. Tudo isto, e muito mais, irá revelar as histórias e a inspiração por detrás dos nomeados deste ano», explicou a presidente da Academia, Janet Yang. Além disso, a mesma referiu que a cerimónia incluirá uma homenagem especial a Los Angeles na sequência dos incêndios.
A estatueta não mudou muito
Ao contrário daquilo que se possa pensar, já que muito tempo se passou desde a criação da cerimónia, a estatueta entregue aos vencedores não mudou muito. Criada em 1929, pelo diretor de arte Cedric Gibbons e pelo escultor George Stanley, é feita de bronze maciço, banhada a ouro de 24 quilates. As estatuetas medem pouco mais de 34 centímetros, pesam 3,85 kg e estão avaliadas em cerca de 370 euros. Cada figura segura uma espada sobre um rolo de filme com cinco lados que representam os cinco ramos originais da Academia (atores, diretores, produtores, técnicos e escritores). O prémio não deve ser vendido. Os destinatários ou os herdeiros têm a obrigação de o vender à Academia por uma quantia irrisória de cerca de €10. Se a Academia não quiser ficar com a estatueta, então os donos podem vendê-la pela quantia que decidirem.