A siderúrgica japonesa Nippon Steel está a rever a proposta de aquisição da norte-americana US Steel e vai adotar uma abordagem diferente. A informação foi partilhada esta segunda-feira pelo porta-voz do Governo do Japão.
“A Nippon Steel acredita que esta não é apenas uma compra simples, mas um investimento ousado para poder produzir os excelentes produtos que não só os Estados Unidos, mas o mundo inteiro exigem”, disse Yoshimasa Hayash.
“E está a estudar uma proposta ousada que pode ser mutuamente benéfica para o Japão e os EUA”, acrescentou o responsável em conferência de imprensa.
Os comentários surgem depois do Presidente norte-americano ter dito na sexta-feira, após um encontro em Washington com o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba, que a Nippon Steel iria retirar a oferta de compra da US Steel, em vez disso, iria investir na empresa.
No domingo, Donald Trump garantiu que a siderúrgica japonesa não vai adquirir uma participação maioritária na empresa norte-americana. Ja Ishiba afirmou, no programa Sunday Debate da emissora pública japonesa NHK, que a US Steel continuaria a ser uma empresa norte-americana, sem fornecer detalhes específicos.
“A U.S. Steel já foi a empresa número um do mundo. Há uma forte resistência a que seja adquirida e se torne uma empresa japonesa”, disse o chefe do governo nipónico. E acrescentou: “É muito importante para o Presidente Trump que seja um investimento e não apenas uma aquisição, que continue a ser uma empresa norte-americana”.
Há cerca de um mês, os EUA prolongaram até 18 de junho o prazo imposto à Nippon Steel para retirar a proposta de aquisição da US Steel, após as empresas terem interposto uma ação judicial. A 6 de janeiro, a Nippon Steel e a US Steel tinham anunciado uma ação na justiça contra a administração do então Presidente por “ingerência ilegal” no processo de aquisição.
“Esta aquisição colocaria um dos grandes produtores de aço norte-americanos sob controlo estrangeiro e teria criado riscos para a nossa segurança nacional e para as nossas cadeias de abastecimento essenciais”, tinha comunicado Joe Biden, a 3 de janeiro quando anunciou a decisão de bloquear a operação por motivos de segurança nacional e para garantir que “os Estados Unidos têm uma indústria nacional de aço forte”.
O sindicato dos metalúrgicos norte-americanos tinha manifestado a sua firme oposição à fusão, uma operação avaliada em quase 15 mil milhões de dólares (14,6 mil milhões de euros). A Nippon Steel considerava-a uma tábua de salvação para um setor industrial em dificuldades.