Europa. Mais casos de gonorreia e sífilis

Europa. Mais casos de gonorreia e sífilis


Apesar da desaceleração do aumento das notificações de clamídia, em 2023 continuava a ser a infeção sexualmente transmissível com origem bacteriana mais reportada na Europa


Os casos de gonorreia e sífilis aumentaram 31% e 13% na Europa em 2023 face a 2022. Os dados estão nos mais recentes relatórios anuais sobre infeções sexualmente transmissíveis, divulgados esta segunda-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

De acordo com os relatórios, o aumento de casos confirmados pode, em parte, dever-se ao aumento da testagem em algumas populações. Outra das explicações possíveis, que carecem de mais estudos, é a alteração nos comportamentos sexuais de risco, como o menor uso do preservativo e o maior número de parceiros sexuais.

Os relatórios do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) abrangem dados dos países da União Europeia (UE) e do Espaço Económico Europeu (EEE).

Em 2023, cerca de 100 mil casos de gonorreia foram reportados nestes países, o equivalente a um aumento de 31% comparativamente a 2022. No mesmo ano foram confirmados mais de 40 mil casos de sífilis em 29 países, representando um aumento de 13% face a 2022.

Apesar da desaceleração do aumento das notificações de clamídia, em 2023 continuava a ser a infeção sexualmente transmissível com origem bacteriana mais reportada na Europa.

Segundo o ECDC, há dois anos foram comunicados mais de 230 mil casos de clamídia na UE e EEE, com a maior prevalência a registar-se entre as mulheres jovens. Quase metade (46%) das infeções notificadas em 2023 verificou-se em mulheres entre os 20 e os 24 anos.

O aumento de casos de gonorreia foi observado em diferentes faixas etárias, em homens e mulheres heterossexuais e em homens que têm sexo com outros homens. Se não for tratada, a gonorreia pode causar doença inflamatória pélvica e infertilidade.

Os dados do ECDC salientam que a sífilis é mais comum entre os homens, com sete homens diagnosticados por cada mulher. As taxas mais elevadas da infeção foram observadas nos homens dos 25 aos 34 anos, com a maioria dos casos (72%) de sífilis a ser reportada por homens que têm sexo com outros homens.

O ECDC adverte que, se não for tratada, a sífilis pode causar complicações a longo prazo no coração e no sistema nervoso e, numa mulher grávida, pode provocar problemas graves no bebé.