China. Número de casamentos no valor mais baixo desde que há registo

China. Número de casamentos no valor mais baixo desde que há registo


As razões para o declínio no número de registos de casamento desde 2014 incluem uma redução da população jovem, o desequilíbrio de género na China, com mais homens do que mulheres entre a população jovem


A China registou 6,1 milhões de casamentos em 2024, o número mais baixo desde que se iniciaram os registos, em 1980. Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo  Ministério dos Assuntos Civis.

O número representa um novo declínio, após um ano de recuperação em 2023. Antes, de acordo com o relatório estatístico do quarto trimestre de 2024, difundido pelo ministério, tinham sido anos consecutivos de contração.

Em 2023, foram registados 7,68 milhões de casamentos no país, em comparação com 6,83 milhões em 2022, um número que já era um mínimo histórico.

O pico de 2023 poderá dever-se a fatores como a pandemia da covid-19, que levou a uma redução da interação pessoal entre homens e mulheres, resultando num efeito de adiamento das núpcias para depois do período pandémico.

De acordo com os especialistas, as razões para o declínio no número de registos de casamento desde 2014 incluem uma redução da população jovem, o desequilíbrio de género na China, com mais homens do que mulheres entre a população jovem.

O adiamento da idade do casamento, os custos elevados para casar e uma mudança de atitudes em relação ao matrimónio são outras das razões.

No 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, o partido no poder sublinhou que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da educação dos filhos”.

A China registou um declínio da população em 2022, 2023 e 2024, as primeiras contrações desde 1961, quando o número de habitantes diminuiu em consequência do fracasso da política de industrialização do Grande Salto em Frente e da fome que se lhe seguiu.