A pressão e a contestação interna sobre a nova Comissão Executiva da Iniciativa Liberal vai baixar de tom. Em causa estão os resultados da convenção do partido que deu vitória a Rui Rocha, reeleito com 73,4% dos votos contra 26,6% dos votos do seu opositor Rui Malheiro. Mas há que somar ainda os resultados da eleição para o Conselho Nacional.
Bernardo Blanco, rosto da lista F (passou de 24 para 32), e Pedro Ferreira da lista X foram os grandes vencedores desta última convenção, saindo como grande derrotada a lista T, de André de Serpa Soares (passou de 24 para 5).
Ao Nascer do SOL vários militantes admitem que «a oposição torna-se menos efetiva dentro do Conselho Nacional com os moderados construtivos a perderem esta batalha».
O Conselho Nacional é o órgão responsável por acompanhar e orientar a estratégia política da IL, sendo composto pelos membros da comissão executiva – por inerência – e por 50 membros não-executivos, eleitos em listas. É certo que, de acordo com os estatutos da IL, conta ainda com um conjunto de representantes de outros órgãos, como o presidente do conselho de jurisdição e o de fiscalização, que estão presentes por inerência mas apenas como observadores.
Os mesmos militantes elogiam, ainda assim, os votos alcançados por Rui Malheiro que, apesar de ter colocado uma fasquia de 30%, não ficou longe desse resultado. «Não nos podemos esquecer que Malheiro não foi a primeira escolha do movimento ‘Unidos pelo Liberalismo’ e só avançou porque Tiago Mayan teve de desistir, logo partiu em desvantagem. Além disso, o seu nome não é tão conhecido como o do seu antecessor, nem estava próximo da notoriedade que Carla Castro beneficiava nas últimas eleições», reconhecem.
Aliás, fontes ouvidas pelo nosso jornal já tinham admitido que o candidato «não tinha nada a perder» e que ao participar nesta corrida o seu nome iria «ganhar outra visibilidade» dentro do partido.
Próximos desafios
O Conselho Nacional reúne-se já este fim de semana com alguns dossiês em cima da mesa: eleições na Madeira – agendadas para o próximo dia 23 de março – as eleições autárquicas e a escolha de Mariana Leitão para a corrida a Belém. O nome da líder parlamentar da IL foi anunciado na convenção, com Rui Rocha a afirmar que «Portugal precisa da Mariana Leitão», lembrando que a «defesa da liberdade», do rigor e da credibilidade são «aspetos essenciais» para o perfil que a Iniciativa Liberal considera que um candidato presidencial deve ter.
Características que levaram Mariana Leitão a afirmar: «Esta candidatura é uma candidatura da liberdade contra o medo, é uma candidatura do otimismo, da esperança, da ambição. É isso que eu quero representar, é um Portugal que não se conforma, é um Portugal que se reveja nestes princípios da defesa da liberdade, da liberdade individual e de poder transmitir esta vontade de sermos mais aos portugueses».
O Nascer do SOL sabe que há muitos militantes que já dão como certo que Bernardo Blanco será presidente do partido, mas há quem acene com um cenário que incluía Mariana Leitão.
