PR na Porta Pequena…


Passos Coelho, um bom aluno, bem-comportado e pouco dado a quezílias, apelidou o atual Presidente da República, que conhece bem, de “cata-vento”. Marcelo sairá sem glória e não deixará saudades.


É adequado concluir que o povo português se dececionou com a prestação global do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Nesta matéria considero que o povo tem razões de sobra para esse sentimento de deceção. O culminar de um mandato carregado de excesso de comunicações e indefinições ao estilo do comentador que Marcelo no passado foi, é reforçado pela obscuridade, falta de coragem e transparência evidenciadas na recusa em responder à comissão de inquérito no caso das gémeas. Marcelo Rebelo de Sousa banalizou e desvalorizou o cargo de Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Presidente da República por via de comentário televisivo durante 15 anos, em horário nobre. Pronunciou-se sobre tudo e nada com grande destreza e aparente cátedra. Hoje há quem, com propriedade, apelide esse estilo e forma de estar de “Tudólogos”. Aparentam saber de tudo e são capazes de dizer o contrário do que anteriormente disseram com a mesma destreza como se nada anteriormente tenha sido dito. Passos Coelho, um bom aluno, bem-comportado e pouco dado a quezílias, apelidou o atual Presidente da República, que conhece bem, de “cata-vento”. Marcelo sairá sem glória e não deixará saudades.

Se o povo não tiver cuidado em analisar em detalhe os candidatos a Presidente da República, corre o risco de na porta pequena por onde Marcelo sair apenas alguns consigam entrar; são esses os que efetivamente convinha evitar. A fraca dimensão do legado deixado por Marcelo justifica, a debilidade na dimensão estadista dos nomes que atualmente surgem do espectro partidário.

Ainda me lembro das candidaturas de Mário Soares, Diogo Freitas do Amaral, Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva. Eram respeitados pelo povo e pelos adversários. A sua dimensão de Estado a todos dava a confiança de missões bem conduzidas. Esses nomes valiam mais que as forças políticas e partidárias de origem. Os nomes oriundos do espectro partidário tradicional que surgiram nas últimas semanas como candidatos ou putativos candidatos são o oposto desse princípio.

André Ventura até à eleição da administração do condomínio, onde vive, se deve candidatar. Candidata-se não para ganhar, mas para ser ouvido. Acha que falando mais vezes, gritando mais alto e dizendo mais barbaridades leva a água ao seu moinho; tem funcionado não tanto por mérito próprio, mas, acima de tudo, pela fragilidade e incompetência do centrão. 

Mariana Leitão pela mão da IL, evidenciou-se na Assembleia Municipal de Oeiras utilizando no debate um estilo que considero próximo do histérico, pouco educado e pouco rigoroso. Nos tempos que correm é suficiente para uma candidatura à Presidência da República por um partido que dentro do sistema, e na direita, me faz lembrar o clássico do PCP. Só num partido com as características do PCP, Mariana Leitão poderia ser indicada para candidata a PR. É evidente que a IL procura uma fórmula de sucesso para sair da estagnação em que se encontra. Não me parece que o PCP seja bom exemplo.

Ao contrário de Aníbal Cavaco e Silva e Mário Soares, os visíveis candidatos apoiados pelo PSD e pelo PS, Marques Mendes e António Seguro, são, ambos, figuras totalmente dependentes do apoio desses partidos. Valem muito menos que esses partidos e por muito que se tente “dourar a pílula” não há qualquer hipótese de se lhes colocar um qualquer currículo de obra feita com sentido de Estado e contributo para a sociedade portuguesa. São dependentes da partidocracia, fazem parte do clube dos “jobs for the boys” sem obra de referência.

Estou convencido que, qualquer um deles, se move única e exclusivamente pelo ego pessoal. Assim continuaremos pequenos e inseguros…

Professor de Gestão no ISCTE e CEO do Taguspark

Subscritor do “Manifesto: Por Uma Democracia de Qualidade”

PR na Porta Pequena…


Passos Coelho, um bom aluno, bem-comportado e pouco dado a quezílias, apelidou o atual Presidente da República, que conhece bem, de “cata-vento”. Marcelo sairá sem glória e não deixará saudades.


É adequado concluir que o povo português se dececionou com a prestação global do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Nesta matéria considero que o povo tem razões de sobra para esse sentimento de deceção. O culminar de um mandato carregado de excesso de comunicações e indefinições ao estilo do comentador que Marcelo no passado foi, é reforçado pela obscuridade, falta de coragem e transparência evidenciadas na recusa em responder à comissão de inquérito no caso das gémeas. Marcelo Rebelo de Sousa banalizou e desvalorizou o cargo de Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Presidente da República por via de comentário televisivo durante 15 anos, em horário nobre. Pronunciou-se sobre tudo e nada com grande destreza e aparente cátedra. Hoje há quem, com propriedade, apelide esse estilo e forma de estar de “Tudólogos”. Aparentam saber de tudo e são capazes de dizer o contrário do que anteriormente disseram com a mesma destreza como se nada anteriormente tenha sido dito. Passos Coelho, um bom aluno, bem-comportado e pouco dado a quezílias, apelidou o atual Presidente da República, que conhece bem, de “cata-vento”. Marcelo sairá sem glória e não deixará saudades.

Se o povo não tiver cuidado em analisar em detalhe os candidatos a Presidente da República, corre o risco de na porta pequena por onde Marcelo sair apenas alguns consigam entrar; são esses os que efetivamente convinha evitar. A fraca dimensão do legado deixado por Marcelo justifica, a debilidade na dimensão estadista dos nomes que atualmente surgem do espectro partidário.

Ainda me lembro das candidaturas de Mário Soares, Diogo Freitas do Amaral, Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva. Eram respeitados pelo povo e pelos adversários. A sua dimensão de Estado a todos dava a confiança de missões bem conduzidas. Esses nomes valiam mais que as forças políticas e partidárias de origem. Os nomes oriundos do espectro partidário tradicional que surgiram nas últimas semanas como candidatos ou putativos candidatos são o oposto desse princípio.

André Ventura até à eleição da administração do condomínio, onde vive, se deve candidatar. Candidata-se não para ganhar, mas para ser ouvido. Acha que falando mais vezes, gritando mais alto e dizendo mais barbaridades leva a água ao seu moinho; tem funcionado não tanto por mérito próprio, mas, acima de tudo, pela fragilidade e incompetência do centrão. 

Mariana Leitão pela mão da IL, evidenciou-se na Assembleia Municipal de Oeiras utilizando no debate um estilo que considero próximo do histérico, pouco educado e pouco rigoroso. Nos tempos que correm é suficiente para uma candidatura à Presidência da República por um partido que dentro do sistema, e na direita, me faz lembrar o clássico do PCP. Só num partido com as características do PCP, Mariana Leitão poderia ser indicada para candidata a PR. É evidente que a IL procura uma fórmula de sucesso para sair da estagnação em que se encontra. Não me parece que o PCP seja bom exemplo.

Ao contrário de Aníbal Cavaco e Silva e Mário Soares, os visíveis candidatos apoiados pelo PSD e pelo PS, Marques Mendes e António Seguro, são, ambos, figuras totalmente dependentes do apoio desses partidos. Valem muito menos que esses partidos e por muito que se tente “dourar a pílula” não há qualquer hipótese de se lhes colocar um qualquer currículo de obra feita com sentido de Estado e contributo para a sociedade portuguesa. São dependentes da partidocracia, fazem parte do clube dos “jobs for the boys” sem obra de referência.

Estou convencido que, qualquer um deles, se move única e exclusivamente pelo ego pessoal. Assim continuaremos pequenos e inseguros…

Professor de Gestão no ISCTE e CEO do Taguspark

Subscritor do “Manifesto: Por Uma Democracia de Qualidade”