O Presidente da República afirmou que “há guerras que não existiam”, a que é preciso pôr fim, que “a Europa está diferente e com crise nos sistemas políticos, económicos e sociais”, no início da conferência do 160.º aniversário do Diário de Notícias, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa teme que a nova administração norte-americana de Donald Trump estabeleça “um como que acordo explícito ou implícito com a Federação Russa” e que o foco das atenções não seja no Atlântico e na Europa, mas no Pacífico.
“É um equívoco porque há uma aliança entre a China e a Federação Russa, e durante bastante tempo o que for bom para uma é bom para a outra. É evidente que a mais preservada é a China, que lucra com o desgaste da própria Federação Russa, mas sobretudo com o desgaste ocidental, de vária ordem. E portanto é uma ilusão esquecer o Atlântico, esquecer a Europa”, defendeu.
Para o chefe de Estado, o papel da Europa, a ligação da Europa à África, a ligação da Europa à América Latina é essencial e não se deve “esquecer tudo isso em função de uma estratégia concentrada, em teoria, apenas ou sobretudo militar, estrategicamente, economicamente, na China e no Pacífico”.
