Porto. Polícia Municipal passou 108 multas por dia em 2024

Porto. Polícia Municipal passou 108 multas por dia em 2024


Comandante da PMP apontou ainda, a completar as três infrações mais cometidas, a um número que “deve fazer envergonhar a todos”: as 5.172 remoções de veículos por estacionamento em passeio


A Polícia Municipal do Porto (PMP) passou uma média de 108 multas e retirou da rua 46 carros por dia em 2024. Há ainda o registo de 1.077 veículos em lugares para pessoas com deficiência ao longo do ano.

“Temos cerca de 40 mil autos de contraordenação e não podemos esquecer que, destes 40 mil autos, temos quase 17 mil remoções de viaturas”, disse esta quinta-feira o comandante da PMP na apresentação da operação “Participa na Segurança Rodoviária”.

Ao lado do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, António Leitão da Silva elencou os principais números de 2024 da força: exatamente 39.657 autos e 16.897 remoções de viaturas. “O ‘top 3’ que temos são o estacionamento em faixa de rodagem do trânsito que se faz nos dois sentidos [6.048 autuações], [e] estacionamento em local reservado – parques privativos, deficientes e cargas e descargas”, afirmou.  Estes últimos totalizaram 5.376, dos quais 1.077 em lugares destinados a pessoas com deficiência.

O comandante da PMP apontou ainda, a completar as três infrações mais cometidas, a um número que “deve fazer envergonhar a todos”: as 5.172 remoções de veículos por estacionamento em passeio.

De acordo com números da autarquia, no topo das infrações autuadas segue-se o “não cumprimento da indicação dada pelo sinal de C16 – paragem e estacionamento proibidos”, com 3.370 registos, e o “estacionamento de veículo em local por onde se faz o acesso de veículos a uma propriedade”, com 1.542 registos.

De acordo com a agência Lusa, o responsável disse ainda que, das 54.287 chamadas recebidas pela Polícia Municipal em 2024, (média de 149 por dia), houve uma “aplicação de meios efetivos no terreno em 23 mil ocorrências”, das quais 75% “são exclusivamente de trânsito”.

Por seu lado, o presidente da Câmara do Porto disse que “o principal está dito” pelo comandante da Polícia Municipal, mas acrescentou que “a segurança rodoviária tem implicações profundas na qualidade de vida nas cidades”.

Rui Moreira insistiu ainda na alteração da política de multas, especialmente na diferença entre uma multa por não validação do título de transporte no metro e por estacionamento indevido.

“Esperamos que o Estado perceba que o quadro sancionatório deve ser revisto. Quem hoje não valida um passe no metro, ou excede a área da validação, paga 120 euros. Mas quem estaciona um carro em cima do passeio, colocando em risco a circulação e a segurança pedonal, paga apenas 30 euros”, assinalou.

Para Rui Moreira, “esta é uma situação incompreensível”, defendendo que o valor das multas deveria ser da competência dos municípios.