O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) saiu esta quinta-feira das negociações com o Governo sem data para a próxima reunião. O sindicato criticou ainda as estruturas sindicais que estiveram antes no edifício sede do Executivo, em Lisboa.
“Os sindicatos que reuniram anteriormente solicitaram que as reuniões, a partir de agora, sejam separadas”, adiantou o representante do SNBS à saída do encontro. Ricardo Cunha acrescentou que os restantes sindicatos dos bombeiros sapadores “já traíram” estes profissionais no passado.
As estruturas sindicais que reuniram inicialmente com o Governo saíram já com uma data para o próximo encontro, que será no dia 16 de janeiro.
Em relação ao encontro de hoje, que foi antecipado, Ricardo Cunha admitiu, tal como os restantes sindicatos que representam os bombeiros sapadores, que a proposta apresentada pelo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, se aproxima mais daquilo que os trabalhadores querem, mas ainda não é suficiente.
Na proposta, o Governo avançou com a criação de um suplemento único, ao contrário daquilo que tinha proposto na última reunião de 03 de dezembro de 2024. Este suplemento será de 20% da remuneração base de cada trabalhador e terá um aumento faseado – 10% em 2025, 5% em 2026 e 5% em 2027.
O SNBS quer mais do que os valores apresentados hoje e quer que o suplemento dos bombeiros se aproxime daquele que foi dado às forças de segurança no ano passado.
“Ninguém nos consegue explicar porque é que o Governo não quer dar um suplemento idêntico ao das forças de segurança. Não digam que a polícia tem mais risco do que os bombeiros”, acrescentou Ricardo Cunha, citado pela agência Lusa.
Sindicatos e Governo estão mais próximos, mas ainda não estão de acordo em relação aos valores das tabelas remuneratórios, uma vez que estes são, segundo as estruturas sindicais, ainda muito baixos e são também faseados até 2027.
O Governo aceitou manter as atuais sete categorias na carreira especial – ao contrário das cinco categorias da anterior proposta – e manter as atuais 35 horas semanais de trabalho – ao contrário das 40 horas propostas na última reunião.