ANA lamenta tentativa de impedir obras no aeroporto Humberto Delgado

ANA lamenta tentativa de impedir obras no aeroporto Humberto Delgado


APA defende que não seria necessária uma avaliação ambiental nesta fase uma vez que não iria alterar o aumento da capacidade da infraestrutura


A ANA – Aeroportos de Portugal confirma ter sido notificada no âmbito de um processo que “visa inviabilizar a execução de obras de melhoria no Aeroporto Humberto Delgado no imediato”. A gestora dos aeroportos portugueses lamenta a situação, 

Em causa está a ação de impugnação entregue pelo Ministério Público no Supremo Tribunal Administrativo que pode levar à suspensão das obras que tinham arrancado em dezembro de 2024. 

A notícia é desta quinta-feira do Jornal de Negócios foi corroborada pelo Supremo Tribunal Administrativo, que confirmou à agência Lusa a entrada do processo. A ação de impugnação não suspende as obras no imediato, mas poderá levar a atrasos caso a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tenha de realizar o estudo de impacto ambiental.

“A ANA lamenta essa tentativa de impedir a realização, entre outras, das obras consignadas em dezembro resultantes da RCM 201/2023, alterada pela 67/2024, que visam assegurar aos passageiros melhores condições de serviço, com mais espaço nos terminais e a redução dos embarques e desembarques por autocarros, melhorando assim a pegada carbónica das operações em terra”, afirmou a ANA. 

Agora, a concessionária, e as outras entidades notificadas, entre as quais APA, NAV – Portugal, vários ministérios e o regulador do setor (ANAC), têm 30 dias para apresentar contestação.

Na base do processo está a interpretação do Ministério Público sobre a necessidade da realização de uma avaliação de impacte ambiental (AIA) na primeira fase dos trabalhos de melhoria da Portela que prevê. Esta fase prevê, por exemplo, a expansão do terminal 1 e a criação de uma placa de estacionamento de aviões.

O MP sustenta ainda a necessidade de um estudo já nesta fase uma vez que desde 2006 nenhum projeto na Portela foi sujeito a uma avaliação ambiental. Por sua vez, a APA defende que não seria necessária uma avaliação ambiental nesta fase uma vez que não iria alterar o aumento da capacidade da infraestrutura, prevendo realizar um estudo apenas para o aumento da capacidade de voos.

A concessionária dos aeroportos nacionais partilha do mesmo entendimento, defendendo que a melhoria das condições de operação do terminal 1 do aeroporto de Lisboa não está relacionada, “nem tem por consequência, o aumento dos movimentos de aviões, os quais se encontram limitados pela capacidade do espaço aéreo”.

As obras no aeroporto Humberto Delgado, adjudicadas ao consórcio da Mota-Engil e da Vinci, preveem um investimento de mais de 233 milhões de euros e visam mitigar o atual congestionamento da infraestrutura até ao arranque do novo aeroporto Luís de Camões, em Alcochete.