Os romanos representaram Janus, o deus das mudanças, dos portais, dos finais e dos começos (e que daria o nome ao mês de Janeiro), como um homem de duas caras. Uma olhando para trás, a outra virada para a frente.
E é mesmo isso. Com 2024 a terminar e 2025 na calha, todos temos tendência a olhar para trás, para avaliar o ano que termina, e a voltarmo-nos para a frente, para tentar descortinar o que trará o próximo. Seja para nos prepararmos, seja por mera curiosidade, faz parte da natureza humana tentar adivinhar o futuro. Pouco importa se depois as previsões, como os horóscopos, falharem completamente.
Até onde conseguimos alcançar, a grande questão de 2025 parece ser o que fará Donald Trump em relação à Ucrânia. Continuará a dar apoio militar ou deixará cair Zelensky?
Para já, parece certo que a eleição do novo Presidente americano levou a que a guerra entrasse numa nova fase. Talvez antevendo que Trump forçará um acordo, os russos redobraram a intensidade dos ataques, numa espécie de tudo por tudo para estarem numa posição mais vantajosa quando chegar o momento das negociações.
Por seu turno, Joe Biden, talvez receoso de que o seu sucessor retirará os apoios, deu novos meios de defesa aos ucranianos. Em suma,_a guerra passou para um novo patamar. E neste cenário, os ucranianos, cada vez mais desgastados e sem a facilidade que os russos têm em obter reforços, estarão provavelmente em desvantagem.
O que se perspetiva para 2025, pelo menos para aqueles que não veem com bons olhos o regime de Putin, não é portanto nada de muito animador. Mas o futuro, lá está, tem sempre o condão de nos reservar surpresas. Vivemos num mundo louco em que um regime com 50 anos pode cair em menos de 15 dias e em que uma banana pode ser vendida por 6 milhões de euros.
Dizia-me com muita piada uma pessoa amiga, quando lhe perguntei se tinha tudo pronto para o Natal: ‘Este ano parece que o Natal nos atropelou!’. 2024 foi como um comboio que passou a alta velocidade, quase sem nos dar tempo para nos habituarmos a ele.
E, por falar em velocidade, Portugal registou neste ano uma tendência de aumento de acidentes nas estradas. Sejamos cuidadosos nesta época propícia a acidentes. E entremos em 2025 sem pressas – queiramos ou não, o ano há de passar num instante.