A oposição denunciou o desaparecimento de milhares de boletins de voto para as eleições legislativas marcadas para ests domingo no Chade. O escrutínio deverá legitimar o marechal Mahamat Idriss Déby Itno, que ocupa a Presidência desde 2021.
No sábado à noite, o Partido Democrático do Povo Chadiano (PDPT, oposição) denunciou o desaparecimento de mais de mil boletins de voto destinados à subprefeitura de Bongor, no sul do país. O movimento apelou à vigilância para “frustrar as redes de fraude” que disse terem sido implementadas pelo partido no poder, o Movimento Patriótico de Salvação (MPS), e pela Agência Nacional de Gestão Eleitoral (ANGE).
O Chade vai eleger este domingo um novo parlamento numa votação boicotada pelos principais partidos da oposição.
“É melhor ficar em casa”, disse no sábado uma das figuras da oposição, Succès Masra, numa transmissão na rede social Facebook, em que denunciou um “sistema construído sobre mentiras e roubo eleitoral”.
“Os resultados fabricados já estão nos computadores”, disse Masra, acusando o governo de já ter “fabricado resultados falsos” para as eleições presidenciais de maio.
Promovido a marechal a 20 dias das eleições, Mahamat Idriss Déby Itno ocupou o poder após a morte do pai, o então Presidente Idriss Déby, em combate contra os rebeldes da Frente pela Alternância e Concórdia no Chade (FACT), em 20 de abril de 2021.