O Iraque ficou melhor sem Saddam? E a Líbia sem Khadaffi? E Moçambique sem a Frelimo?


O que me interessa é refletir sobre os perigos de ‘deitar’ abaixo um ditador, sem se saber quem o vai substituir. Vejamos o que se passa em Moçambique.


A queda de Bashar al-Assad devia ser uma festa para a humanidade, pois o homem que sucedeu ao seu pai no comando da Síria, segundo rezam as crónicas, foi um dos maiores carniceiros dos últimos tempos. Mas ao ver as informações sobre o homem que conquistou Damasco, Abu Mohammed al-Jolani, fiquei com a nítida sensação que os festejos são manifestamente exagerados. Um fanático religioso conquistar parte de um país nunca pode ser motivo de satisfação, pois ninguém sabe se este religioso irá ser bem pior do que o déspota al-Assad. Ao ver as imagens da queda de Damasco lembrei-me imediatamente do fim de Khadaffi, na Líbia, ou de Saddam, no Iraque. Ficaram esses países melhores do que estavam? Que o mundo ficou pior, não tenho dúvidas. Iremos assistir a um Afeganistão parte II? Só espero e desejo estar redondamente enganado. O propósito deste texto não é estar a desenvolver teorias de política internacional, que deixo para outros.

O que me interessa é refletir sobre os perigos de ‘deitar’ abaixo um ditador, sem se saber quem o vai substituir. Vejamos o que se passa em Moçambique. Qualquer pessoa que conheça minimamente o país, sabe que a Frelimo usou o poder a seu bel-prazer, pouco se preocupando com o bem-estar da população, sendo-lhes até indiferente a situação de Cabo Delgado, por exemplo, em que os moçambicanos que morrem às mãos dos extremistas islâmicos estão muito longe de Maputo e, por isso, não contam. Que muitos governantes foram corruptos e desbarataram milhões de dólares do FMI, também ninguém tem dúvidas. Mas o que se está a passar agora é muito mais preocupante. Venâncio Mondlane, um evangélico convicto, diz que ganhou as eleições, e não deve haver grandes dúvidas desse facto, acicatou a população a instalar o caos. O que está a conseguir com grande propriedade, estando o poder praticamente na rua. Jovens assaltam esquadras e ficam com as armas, assaltando pessoas e incendiando tudo o que acham que representa dinheiro ou poder, as aulas estão suspensas, as pessoas só podem sair a determinadas horas, grupos ‘rebeldes’ cobram portagens e ameaçam todos os que não fazem a devida vénia a Mondlane, e por aí fora. Está melhor Moçambique do que antes das eleições? Não, não está, pois o poder caiu à rua. Mondlane não quer que os escritores escrevam o que lhes vai na alma, que os músicos cantem as suas músicas, diz que quem vai a festivais não passa de uma cambada de bêbedos e drogados e que o fim de ano não é para ser festejado.

O Iraque ficou melhor sem Saddam? E a Líbia sem Khadaffi? E Moçambique sem a Frelimo?


O que me interessa é refletir sobre os perigos de ‘deitar’ abaixo um ditador, sem se saber quem o vai substituir. Vejamos o que se passa em Moçambique.


A queda de Bashar al-Assad devia ser uma festa para a humanidade, pois o homem que sucedeu ao seu pai no comando da Síria, segundo rezam as crónicas, foi um dos maiores carniceiros dos últimos tempos. Mas ao ver as informações sobre o homem que conquistou Damasco, Abu Mohammed al-Jolani, fiquei com a nítida sensação que os festejos são manifestamente exagerados. Um fanático religioso conquistar parte de um país nunca pode ser motivo de satisfação, pois ninguém sabe se este religioso irá ser bem pior do que o déspota al-Assad. Ao ver as imagens da queda de Damasco lembrei-me imediatamente do fim de Khadaffi, na Líbia, ou de Saddam, no Iraque. Ficaram esses países melhores do que estavam? Que o mundo ficou pior, não tenho dúvidas. Iremos assistir a um Afeganistão parte II? Só espero e desejo estar redondamente enganado. O propósito deste texto não é estar a desenvolver teorias de política internacional, que deixo para outros.

O que me interessa é refletir sobre os perigos de ‘deitar’ abaixo um ditador, sem se saber quem o vai substituir. Vejamos o que se passa em Moçambique. Qualquer pessoa que conheça minimamente o país, sabe que a Frelimo usou o poder a seu bel-prazer, pouco se preocupando com o bem-estar da população, sendo-lhes até indiferente a situação de Cabo Delgado, por exemplo, em que os moçambicanos que morrem às mãos dos extremistas islâmicos estão muito longe de Maputo e, por isso, não contam. Que muitos governantes foram corruptos e desbarataram milhões de dólares do FMI, também ninguém tem dúvidas. Mas o que se está a passar agora é muito mais preocupante. Venâncio Mondlane, um evangélico convicto, diz que ganhou as eleições, e não deve haver grandes dúvidas desse facto, acicatou a população a instalar o caos. O que está a conseguir com grande propriedade, estando o poder praticamente na rua. Jovens assaltam esquadras e ficam com as armas, assaltando pessoas e incendiando tudo o que acham que representa dinheiro ou poder, as aulas estão suspensas, as pessoas só podem sair a determinadas horas, grupos ‘rebeldes’ cobram portagens e ameaçam todos os que não fazem a devida vénia a Mondlane, e por aí fora. Está melhor Moçambique do que antes das eleições? Não, não está, pois o poder caiu à rua. Mondlane não quer que os escritores escrevam o que lhes vai na alma, que os músicos cantem as suas músicas, diz que quem vai a festivais não passa de uma cambada de bêbedos e drogados e que o fim de ano não é para ser festejado.