António Costa, a poucos dias de iniciar funções como presidente do Conselho Europeu, defende que se deve ouvir o que o recém Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem para dizer.
Numa entrevista ao jornal Público, publicada esta sexta-feira, Costa defende que a melhor estratégia é a Europa oferecer a possibilidade de diálogo com Trump.
“Isso é absolutamente fundamental. Respeito. Ouvir o que tem a dizer e vermos como podemos, de uma forma que seja vantajosa para a Europa e para os Estados Unidos, encontrar aqui um ponto de encontro. Há vários problemas sobre a mesa. Os dois principais já os vimos, são os que têm que ver com a política comercial e os que têm que ver com a segurança e defesa. E insisto que temos de os ver em conjunto, porque ambos se reforçam”, disse.
Ainda assim, o ex-primeiro ministra recorda também as divergências que existem entre Donald Trump e a União Europeia, nomeadamente sobre a Defesa.
“Desde o último Conselho do Atlântico Norte, onde o Presidente Trump esteve presente, até hoje, houve uma evolução muito significativa, infelizmente, fruto da guerra, disse.
Sobre a intenção dos Estados Unidos de aumentar as tarifas alfandegárias às importações da Europa, Canadá, México e China, Costa afirmou que no momento atual “de guerra militar “abrir uma guerra comercial é, seguramente, deitar gasolina sobre o fogo”.
“Não há nenhuma guerra comercial que promova a prosperidade, nem do lado cá do Atlântico, nem do lado de lá. Em terceiro lugar, nós temos de olhar não só para as tarifas anunciadas relativamente aos produtos europeus, mas também as que foram anunciadas a outros, cujo efeito colateral não deixará de impactar também no mercado europeu”, referiu.