Quem não gosta de democracia, não gosta do 25 de Novembro


É pois com natural estupefação que vejo o Partido Socialista com ‘medo’ de comemorar o 25 de Novembro, não vá incomodar o BE e os comunistas.


Ponto prévio, estou a ler a magnífica biografia de Mário Soares – de autoria de Joaquim Vieira, provavelmente o jornalista que melhor escreve biografias em Portugal – e o tema das ‘querelas’ entre o PS e o PCP está bem presente na minha cabeça. É pois com natural estupefação que vejo o Partido Socialista com ‘medo’ de comemorar o 25 de Novembro, não vá incomodar o BE e os comunistas. Não consigo perceber a razão de se dizer que as comemorações do 25 de Novembro têm como objetivo fazer esquecer o 25 de Abril. Soares muito fez pela luta contra a ditadura, esteve preso diversas vezes, e prejudicou a sua vida pessoal e profissional com a luta pela liberdade e a democracia. O antigo líder do PS, que foi expulso do PCP – e convidado a voltar a fazer parte do quadro de militantes comunistas, mas recusou – tudo fez na clandestinidade para se afastar da ditadura comunista, à medida que se iam conhecendo os horrores de Estaline e companhia.

Independentemente de tudo isso, seria ridículo não dizer que o PCP tenha lutado contra a ditadura – tendo muitos e muitos militantes sido selvaticamente presos e agredidos pela PIDE, alguns dos quais pagaram com a vida a sua luta –, apesar de terem como objetivo imporem outra ditadura ao país. E foi por isso que o PCP, bem como outras forças de extrema-esquerda, tentaram depois do Dia da Liberdade, a 25 de Abril de 1974, transformar Portugal numa espécie de colónia comunista, tendo imposto a censura em alguns meios, perseguido opositores – não esquecendo as prisões arbitrárias a mando de Otelo Saraiva de Carvalho e sus muchachos, que não morriam de amores pelo PCP, é certo – atacando a propriedade privada, além de terem tentado impedir a realização de eleições democráticas em 1975 e 1976, com o argumento de que a legitimidade revolucionária tinha que se sobrepor à legitimidade do voto.

Quem não quer reconhecer isto, a importância da data que colocou um ponto final no Processo Revolucionário em Curso (PREC), é porque não gosta de liberdade, nem de democracia.

Há uns meses entrevistei um famoso médico que me dizia que no dia 25 de Novembro de 1975 estava no Alentejo, com outros personagens conhecidos, armado e pronto a dar início à guerra civil. A ordem, não percebi se do PCP ou de algum partido ainda mais de extrema-esquerda, não chegou e o psiquiatra, que não se arrepende de nada do que viveu, dizia-me que “ainda bem que aquela maluqueira não foi para a frente. Eventualmente, hoje não estaríamos aqui a falar livremente”. Não tenho a menor dúvida que se a extrema-esquerda não tivesse sido travada por homens como Ramalho Eanes, Jaime Neves, o Grupo dos Nove, Mário Soares e Costa Gomes, entre outros, Portugal estaria ao nível de alguns países de língua oficial portuguesa que viveram, depois da independência, em regime de socialismo popular…

Concluindo: viva o 25 de Abril e viva o 25 de Novembro.

Quem não gosta de democracia, não gosta do 25 de Novembro


É pois com natural estupefação que vejo o Partido Socialista com ‘medo’ de comemorar o 25 de Novembro, não vá incomodar o BE e os comunistas.


Ponto prévio, estou a ler a magnífica biografia de Mário Soares – de autoria de Joaquim Vieira, provavelmente o jornalista que melhor escreve biografias em Portugal – e o tema das ‘querelas’ entre o PS e o PCP está bem presente na minha cabeça. É pois com natural estupefação que vejo o Partido Socialista com ‘medo’ de comemorar o 25 de Novembro, não vá incomodar o BE e os comunistas. Não consigo perceber a razão de se dizer que as comemorações do 25 de Novembro têm como objetivo fazer esquecer o 25 de Abril. Soares muito fez pela luta contra a ditadura, esteve preso diversas vezes, e prejudicou a sua vida pessoal e profissional com a luta pela liberdade e a democracia. O antigo líder do PS, que foi expulso do PCP – e convidado a voltar a fazer parte do quadro de militantes comunistas, mas recusou – tudo fez na clandestinidade para se afastar da ditadura comunista, à medida que se iam conhecendo os horrores de Estaline e companhia.

Independentemente de tudo isso, seria ridículo não dizer que o PCP tenha lutado contra a ditadura – tendo muitos e muitos militantes sido selvaticamente presos e agredidos pela PIDE, alguns dos quais pagaram com a vida a sua luta –, apesar de terem como objetivo imporem outra ditadura ao país. E foi por isso que o PCP, bem como outras forças de extrema-esquerda, tentaram depois do Dia da Liberdade, a 25 de Abril de 1974, transformar Portugal numa espécie de colónia comunista, tendo imposto a censura em alguns meios, perseguido opositores – não esquecendo as prisões arbitrárias a mando de Otelo Saraiva de Carvalho e sus muchachos, que não morriam de amores pelo PCP, é certo – atacando a propriedade privada, além de terem tentado impedir a realização de eleições democráticas em 1975 e 1976, com o argumento de que a legitimidade revolucionária tinha que se sobrepor à legitimidade do voto.

Quem não quer reconhecer isto, a importância da data que colocou um ponto final no Processo Revolucionário em Curso (PREC), é porque não gosta de liberdade, nem de democracia.

Há uns meses entrevistei um famoso médico que me dizia que no dia 25 de Novembro de 1975 estava no Alentejo, com outros personagens conhecidos, armado e pronto a dar início à guerra civil. A ordem, não percebi se do PCP ou de algum partido ainda mais de extrema-esquerda, não chegou e o psiquiatra, que não se arrepende de nada do que viveu, dizia-me que “ainda bem que aquela maluqueira não foi para a frente. Eventualmente, hoje não estaríamos aqui a falar livremente”. Não tenho a menor dúvida que se a extrema-esquerda não tivesse sido travada por homens como Ramalho Eanes, Jaime Neves, o Grupo dos Nove, Mário Soares e Costa Gomes, entre outros, Portugal estaria ao nível de alguns países de língua oficial portuguesa que viveram, depois da independência, em regime de socialismo popular…

Concluindo: viva o 25 de Abril e viva o 25 de Novembro.