Papa Francisco encerra Sínodo e exorta Igreja a ser ativa e missionária

Papa Francisco encerra Sínodo e exorta Igreja a ser ativa e missionária


O Papa concluiu com uma advertência sobre o risco de a Igreja se perder em “mundanismo, comodismo ou coração fechado”.


Na missa de encerramento do Sínodo na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco exortou a Igreja a adotar uma postura ativa perante os desafios atuais, apelando a uma Igreja “de pé” e “missionária” que caminhe “pelos caminhos do mundo”. Francisco destacou a importância de uma Igreja que ouça e responda ao “grito da humanidade”, afirmando que “não podemos ficar parados” perante as questões do nosso tempo, como a urgência da evangelização e as “muitas feridas que afligem a humanidade”.

Este Sínodo, que teve início em 2021, trouxe pela primeira vez leigos e mulheres ao centro das deliberações com direito a voto, por decisão do Papa. No sábado à noite, a assembleia concluiu os debates com um documento em que os “pais e mães sinodais” solicitam mais cargos de responsabilidade para mulheres e mecanismos mais robustos para a prevenção de abusos de menores. Essas propostas, especialmente a primeira, foram motivo de acalorados debates.

Em vez de publicar uma exortação formal, Francisco anunciou que o texto do Sínodo já está integrado no seu magistério. Dirigindo-se aos fiéis, enfatizou a necessidade de uma Igreja atenta e que atue, alertando que “uma Igreja sentada que, quase sem se dar conta, se afasta da vida e se coloca à margem da realidade, é uma Igreja que corre o risco de permanecer na cegueira e de se acomodar no seu próprio mal-estar”.

Francisco chamou o clero e os fiéis a ouvirem o “grito silencioso dos indiferentes”, incluindo os marginalizados e aqueles que sofrem, sublinhando que “não precisamos de uma Igreja paralisada e indiferente, mas de uma Igreja que ouça o grito do mundo e que, mesmo que alguns se escandalizem, suje as mãos para o servir”.

O Papa concluiu com uma advertência sobre o risco de a Igreja se perder em “mundanismo, comodismo ou coração fechado” e, assim, se tornar “imóvel” e incapaz de enfrentar as “urgências pastorais e os muitos problemas do mundo”.