A presidente do Banco Central Europeu disse esta segunda-feira acreditar que as taxas Euribor, que servem de referência aos créditos à habitação em países como Portugal, continuem a baixar mediante reduções nas taxas de juro “ao longo dos próximos meses”.
“Esperamos ver uma folga […], não parando uma descida das taxas hipotecárias [Euribor] à medida que as taxas de juro continuam a descer ao longo dos próximos meses”, disse Christine Lagarde, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
As mais recentes projeções dos especialistas do BCE preveem uma inflação média de 2,5% em 2024, de 2,2% em 2025 e de 1,9% em 2026. A presidente do banco central mostrou-se “confiante de que a inflação regressará atempadamente ao objetivo” de 2% para estabilidade dos preços, o que a seu ver também afetaria as Euribor.
A expetativa é que a Euribor antecipe a descida dos juros, tal como o fez com o pico da inflação há dois anos, o que suscita a questão, colocada pela eurodeputada do PSD Lídia Pereira sobre se os bancos estão a transmitir adequadamente a política monetária do BCE e antecipa condições para que a Euribor e, consequentemente, os créditos, possam continuar esta trajetória descendente?”.
Na resposta, citada pela agência Lusa, Christine Lagarde confirmou que “houve antecipação [nas Euribor] antes de [as taxas de juro] começarem a subir e […] houve antecipação antes de começarem a baixar” (…) e que a “a descida estava prevista e está a afetar, em particular, os empréstimos variáveis que prevalecem em Portugal e na Finlândia, mas não está a ter um efeito significativo em todos os países onde os empréstimos fixos são dominantes”.
Nos últimos meses, as Euribor — que em Portugal servem de referência para grande parte dos créditos, nomeadamente os usados para comprar casa — já têm então vindo a registar uma tendência de redução, dada a expectativa de que o BCE reduza a sua principal taxa de juro de referência.