Devia haver uma diferença entre o Governo e uma cadeia de supermercados


Apregoar a bondade do Governo como o Pingo Doce ou o Continente apregoam os preços baixos não me parece muito ortodoxo.


Um destes dias, passando de carro por mais de um outdoor do Chega, pensei de mim para mim quem pagaria – e com que objetivo – todos aqueles cartazes com a fotografia de André Ventura. Mas porque não questionar o mesmo em relação ao PS ou ao PSD?

Creio que terão sido os socialistas a inaugurar esta moda dos outdoors publicitários em que apareciam como os bons da fita, que se preocupavam com os velhos e apostavam nos jovens.

O PSD seguiu a tendência e, pouco tempo depois de o atual primeiro-ministro ter anunciado um bónus para os pensionistas, apareceram outdoors publicitários que, salvo erro, dizem isto: “Governar para as pessoas. Portugal no bom caminho”.

Poderei estar a ficar desatualizado, mas sempre parti do princípio de que havia uma diferença de fundo entre um partido político no poder e uma cadeia de supermercados ou um produto de consumo. Apregoar a bondade do Governo como o Pingo Doce ou o Continente apregoam os preços baixos não me parece muito ortodoxo. E o partido do poder, em especial, devia ter um especial pudor.

Por outro lado, fica no ar a tal pergunta sobre quem paga isto e se não podia ter dado melhor uso ao seu dinheiro. Se é assim – em propaganda pura e dura – que quem nos governa entende gastar os seus recursos, talvez possamos concluir que o dinheiro dos contribuintes não está a ser tão bem gerido como devia.

Já o disse, e repito, que julgo ter sido o PS, com António Costa, quem iniciou esta moda dos outdoors publicitários com propaganda ao seu Governo. Mas até por isso Luís Montenegro, ou o PSD, ou seja quem for que decidiu esta campanha, devia ter evitado este caminho: para mostrar que não é mais do mesmo, que veio para fazer diferente. Ao ler a mensagem “Governar para as pessoas” com o logo do PSD no cantinho, e sabendo o que sei sobre as pensões, só me lembro de slogans como “Sabe bem pagar tão pouco”, “O que rende é ir ao Continente”, ou “Lidl. Mais para si” – os outros supermercados que me perdoem não os ter referido.

Devia haver uma diferença entre o Governo e uma cadeia de supermercados


Apregoar a bondade do Governo como o Pingo Doce ou o Continente apregoam os preços baixos não me parece muito ortodoxo.


Um destes dias, passando de carro por mais de um outdoor do Chega, pensei de mim para mim quem pagaria – e com que objetivo – todos aqueles cartazes com a fotografia de André Ventura. Mas porque não questionar o mesmo em relação ao PS ou ao PSD?

Creio que terão sido os socialistas a inaugurar esta moda dos outdoors publicitários em que apareciam como os bons da fita, que se preocupavam com os velhos e apostavam nos jovens.

O PSD seguiu a tendência e, pouco tempo depois de o atual primeiro-ministro ter anunciado um bónus para os pensionistas, apareceram outdoors publicitários que, salvo erro, dizem isto: “Governar para as pessoas. Portugal no bom caminho”.

Poderei estar a ficar desatualizado, mas sempre parti do princípio de que havia uma diferença de fundo entre um partido político no poder e uma cadeia de supermercados ou um produto de consumo. Apregoar a bondade do Governo como o Pingo Doce ou o Continente apregoam os preços baixos não me parece muito ortodoxo. E o partido do poder, em especial, devia ter um especial pudor.

Por outro lado, fica no ar a tal pergunta sobre quem paga isto e se não podia ter dado melhor uso ao seu dinheiro. Se é assim – em propaganda pura e dura – que quem nos governa entende gastar os seus recursos, talvez possamos concluir que o dinheiro dos contribuintes não está a ser tão bem gerido como devia.

Já o disse, e repito, que julgo ter sido o PS, com António Costa, quem iniciou esta moda dos outdoors publicitários com propaganda ao seu Governo. Mas até por isso Luís Montenegro, ou o PSD, ou seja quem for que decidiu esta campanha, devia ter evitado este caminho: para mostrar que não é mais do mesmo, que veio para fazer diferente. Ao ler a mensagem “Governar para as pessoas” com o logo do PSD no cantinho, e sabendo o que sei sobre as pensões, só me lembro de slogans como “Sabe bem pagar tão pouco”, “O que rende é ir ao Continente”, ou “Lidl. Mais para si” – os outros supermercados que me perdoem não os ter referido.