A líder da oposição venezuelana disse esta quarta-feira que “nenhum governo democrático no mundo reconheceu” a reeleição de Nicolás Maduro. A vitória deste nas presidenciais de julho é contestada internamente e por diversos países da comunidade internacional.
“A Venezuela votou a mudança e [o candidato do maior bloco de oposição, a Plataforma Unitária Democrática, PUD] Edmundo González Urrutia é o nosso presidente eleito”, vincou María Corina Machado. A ex-deputada insistiu na fraude eleitoral de Maduro perante centenas de apoiantes que se reuniram em Caracas.
Sob o lema “ata mata sentença”, os opositores reuniram-se esta quarta-feira para defender os registos eleitorais publicados pela PUD – segundo os quais González Urrutia conquistou a presidência por larga margem – antes da decisão do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ).
O TSJ, controlado por magistrados simpatizantes do chavismo, validou a vitória de Maduro.
“Acreditavam que com aquela decisão, que nem sequer se pode chamar sentença, iam enganar alguns países ou dar-lhes desculpas para que com aquela divagação alguém reconhecesse a fraude do CNE [Conselho Nacional Eleitoral]. Ninguém caiu na armadilha”, afirmou. “Utilizaram o TSJ como um braço de repressão e perseguição política”, acusou.
Um mês depois da denúncia de fraude eleitoral e enquanto Maduro conta com o apoio de todas as instituições, apesar das dúvidas levantadas pela comunidade internacional, Machado reiterou que a PUD tem “uma estratégia robusta” que “está a funcionar”, sem adiantar pormenores sobre a mesma.