Um Congresso do Desporto


Não se compreende para que é que o País, através do Ministério da Educação, investiu tanto em pessoas para que adquirissem qualificação avançada, e depois recorrem a outras de terceira categoria.


Nas etapas da vida há necessidade de “inscrever” e de “recitar” no córtex mensagens que vão, no futuro, ser determinantes nos vários comportamentos motores que são apanágio de qualquer ser humano normal. O comportamento reflexo será o primeiro, e mais fácil, a ser estruturado, seguindo-se o automático para culminar com o voluntário.

Curiosamente, a formação que se desenvolve debaixo para cima, dos respectivos metâmeros, faz com que os mais “nobres” sejam os últimos a ficarem ao dispor, e ao serviço, do ser humano, mas também com a garantia de serem aqueles que poderão ter maior longevidade. Assim, do “bulbo”, passando pelo tálamus, atingimos o córtex, ou seja, do comportamento reflexo para o automático e para o voluntário. Também conforme as etapas (1ª, 2ª e 3ª infâncias, adolescência, juventude, maturidade e velhice [novos velhos, velhos e velhos-velhos]), respectivamente: 30 meses, 6/7 anos, 11/12 anos, 16/17 anos, 30 anos, 65 anos, 75 e 84 anos, assim também teremos actividade física de acordo com o desenvolvimento da criança, do jovem e do adulto. Teremos então a actividade sincrética, analítica e sintética. Daqui a necessidade de uma formação pedagógica para entender que a criança não é um adulto em ponto pequeno. É, sim, um ser humano em crescimento e desenvolvimento com regras, normas e leis que têm que ser respeitadas, sob pena de os mesmos ficarem seriamente comprometidos.

A isto devemos acrescentar os comportamentos em situação, pedagogia fundamental para a formação psico-motora do jovem e imprescindível para que o adulto possa atingir (adquirir e assimilar) o estereótipo dinâmico-motor ou motor-dinâmico. Desta forma atinge-se a perfeição do gesto-motor.

Todo o comportamento começa por ser voluntário, para através da repetição exaustiva do gesto ser automatizar. No entanto, sob pena de contradição, isto só é válido quando o ser humano começa a adquirir a consciência da pertença, ou seja, daquilo que é seu e da sua vontade própria. Por isso, o gesto só tem valor educativo quando passa a ser um esforço voluntário e consciente. O automatismo é, muitas vezes, depois de adquirido, perfeitamente inconsciente e a interferência da vontade prejudica-o e até pode comprometer esse automatismo, como, por exemplo, na respiração.

Esta introdução serve apenas para acrescentar uma pequena dificuldade nas pretensões daqueles que julgam que os licenciados, mestres e doutores em Motricidade Humana são dispensáveis de qualquer congresso de Cinesiologia. De facto, não são! E além de serem imprescindíveis ainda terão de ser eles, e só eles, a definir as áreas de influência do Desporto, a curto-prazo, que são área do Ensino, da investigação científica, pura e aplicada, da gestão, nas suas várias vertentes, para além da separação entre desporto-educação e desporto-espectáculo.

A Sociedade só poderá ser devidamente  estruturada, em bases sólidas, quando a Educação, em geral, passar a abarcar os diversos vectores que a compõem, e esta tarefa só “pode” estar ao alcance do Ministério da Educação que, por isso mesmo, deve tutelar esta área (Educação Física Escolar) com todo o cuidado, rigor e competência de modo a poder beneficiar da interdisciplinaridade do conhecimento, do saber, para que os resultados parciais, no Português, na Matemática e na “Educação Física” passem a ser normais, como o são nos países que entendem e praticam aquilo que se escreveu. Não se compreende para que é que o País, através do Ministério da Educação, investiu tanto em pessoas para que adquirissem qualificação avançada, e depois recorrem a outras de terceira categoria…! Tanto mais que há quadros do Estado, já aposentados, e ligados ao Ministério da Educação, que entendem, que desde que solicitados, devem prestar tal serviço cívico, de forma graciosa (pro bono), até como forma de retorno ao Estado.

Um Congresso do Desporto só deverá ter lugar depois de se restruturar o sector e de se definirem prioridades e até perfis e saberes para determinadas funções e cargos. É que a perspectiva de um docente não é a mesma de um político. E mais, o Professor tem que demonstrar que sabe, em cada aula que dá, o político só tem que prometer que dá aquilo que não é seu, ou seja, o dinheiro dos nossos impostos. Esta é a diferença!

Sociólogo

Um Congresso do Desporto


Não se compreende para que é que o País, através do Ministério da Educação, investiu tanto em pessoas para que adquirissem qualificação avançada, e depois recorrem a outras de terceira categoria.


Nas etapas da vida há necessidade de “inscrever” e de “recitar” no córtex mensagens que vão, no futuro, ser determinantes nos vários comportamentos motores que são apanágio de qualquer ser humano normal. O comportamento reflexo será o primeiro, e mais fácil, a ser estruturado, seguindo-se o automático para culminar com o voluntário.

Curiosamente, a formação que se desenvolve debaixo para cima, dos respectivos metâmeros, faz com que os mais “nobres” sejam os últimos a ficarem ao dispor, e ao serviço, do ser humano, mas também com a garantia de serem aqueles que poderão ter maior longevidade. Assim, do “bulbo”, passando pelo tálamus, atingimos o córtex, ou seja, do comportamento reflexo para o automático e para o voluntário. Também conforme as etapas (1ª, 2ª e 3ª infâncias, adolescência, juventude, maturidade e velhice [novos velhos, velhos e velhos-velhos]), respectivamente: 30 meses, 6/7 anos, 11/12 anos, 16/17 anos, 30 anos, 65 anos, 75 e 84 anos, assim também teremos actividade física de acordo com o desenvolvimento da criança, do jovem e do adulto. Teremos então a actividade sincrética, analítica e sintética. Daqui a necessidade de uma formação pedagógica para entender que a criança não é um adulto em ponto pequeno. É, sim, um ser humano em crescimento e desenvolvimento com regras, normas e leis que têm que ser respeitadas, sob pena de os mesmos ficarem seriamente comprometidos.

A isto devemos acrescentar os comportamentos em situação, pedagogia fundamental para a formação psico-motora do jovem e imprescindível para que o adulto possa atingir (adquirir e assimilar) o estereótipo dinâmico-motor ou motor-dinâmico. Desta forma atinge-se a perfeição do gesto-motor.

Todo o comportamento começa por ser voluntário, para através da repetição exaustiva do gesto ser automatizar. No entanto, sob pena de contradição, isto só é válido quando o ser humano começa a adquirir a consciência da pertença, ou seja, daquilo que é seu e da sua vontade própria. Por isso, o gesto só tem valor educativo quando passa a ser um esforço voluntário e consciente. O automatismo é, muitas vezes, depois de adquirido, perfeitamente inconsciente e a interferência da vontade prejudica-o e até pode comprometer esse automatismo, como, por exemplo, na respiração.

Esta introdução serve apenas para acrescentar uma pequena dificuldade nas pretensões daqueles que julgam que os licenciados, mestres e doutores em Motricidade Humana são dispensáveis de qualquer congresso de Cinesiologia. De facto, não são! E além de serem imprescindíveis ainda terão de ser eles, e só eles, a definir as áreas de influência do Desporto, a curto-prazo, que são área do Ensino, da investigação científica, pura e aplicada, da gestão, nas suas várias vertentes, para além da separação entre desporto-educação e desporto-espectáculo.

A Sociedade só poderá ser devidamente  estruturada, em bases sólidas, quando a Educação, em geral, passar a abarcar os diversos vectores que a compõem, e esta tarefa só “pode” estar ao alcance do Ministério da Educação que, por isso mesmo, deve tutelar esta área (Educação Física Escolar) com todo o cuidado, rigor e competência de modo a poder beneficiar da interdisciplinaridade do conhecimento, do saber, para que os resultados parciais, no Português, na Matemática e na “Educação Física” passem a ser normais, como o são nos países que entendem e praticam aquilo que se escreveu. Não se compreende para que é que o País, através do Ministério da Educação, investiu tanto em pessoas para que adquirissem qualificação avançada, e depois recorrem a outras de terceira categoria…! Tanto mais que há quadros do Estado, já aposentados, e ligados ao Ministério da Educação, que entendem, que desde que solicitados, devem prestar tal serviço cívico, de forma graciosa (pro bono), até como forma de retorno ao Estado.

Um Congresso do Desporto só deverá ter lugar depois de se restruturar o sector e de se definirem prioridades e até perfis e saberes para determinadas funções e cargos. É que a perspectiva de um docente não é a mesma de um político. E mais, o Professor tem que demonstrar que sabe, em cada aula que dá, o político só tem que prometer que dá aquilo que não é seu, ou seja, o dinheiro dos nossos impostos. Esta é a diferença!

Sociólogo