Pichardo anuncia decisão final depois de reunir com de reunir com entidades desportivas

Pichardo anuncia decisão final depois de reunir com de reunir com entidades desportivas


O medalha de prata do triplo salto nos Jogos Olímpicos Paris2024 tem estado a ponderar aposentar-se da prática modalidade, acusando falta de apoios do Governo.


O atleta Pedro Pablo Pichardo, medalha de prata do triplo salto nos Jogos Olímpicos Paris2024, afirmou, esta domingo, que tem em mente aposentar-se, assim que possível, contudo, apenas irá tomar a decisão final depois de reunir com as entidades desportivas.

O recordista, em declarações à imprensa, na sua chegada a Lisboa, est domingo, explicou que: “Já penso em aposentar-me desde o ano passado. Tive uma lombalgia, não conseguia andar, não conseguia sequer dormir bem. Foi um período muito duro. Aconteceram também alguns problemas tanto a nível pessoal como a nível profissional. E a partir daí, comecei a pensar se valia a pena passar por tantos sacrifícios, visto que não tinha muitos benefícios. Comecei a falar com a minha família e comecei a meter na cabeça que ficava por aqui nestes Jogos Olímpicos”.

A ideia de abandonar a alta competição não é nova, já em Paris, depois de vencer a medalha de prata, Pichardo acusou a falta de apoios do Governo e de outras entidades desportivas.

O triplista, apesar de ponderar aposentar-se, assegura que a decisão não está tomada e diz que a curto prazo irá anunciar o que fará de seguida: “Acabei de chegar, ainda não falei com a minha mãe, nem com a minha esposa. Primeiro, vou valar com elas, depois vou tentar ter uma reunião com as entidades desportivas, também com o Benfica, e vamos ver o que acontece. Ainda não tenho a certeza, mas o que tenho em mente é ficar por aqui”.

Ao contrário do que aconteceu, aquando a sua chegada de Tóquio2020, onde conseguiu uma medalha de ouro, o triplista olímpico chegou ao Aeroporto sem multidões, bandeiras ou palmas. As únicas pessoas que o esperavam eram membros da comunicação social.

Pichardo voltou a fazer o mesmo apelo que realizou em Paris, pedindo mais apoios para o desporto: “Em termos de modalidades, fora o futebol, não temos grandes apoios. Nota-se que no nosso país temos falta de cultura desportiva. Há muita gente que não acompanha os desportos, não acompanha as grandes competições, como a Liga de Diamante ou os Campeonatos do Mundo. Há muita gente que não tem conhecimento daquilo que faço. Encontro pessoas na rua que erram no nome da minha especialidade e que dizem que faço salto em comprimento, quando faço triplo salto”.

Mais uma vez, agradeceu o apoio prestado pela Câmara Municipal de Setúbal e outras entidades desportivas, que o têm acompanhado e prestado o apoio. Contudo, o atleta volta a referir a falta de condições para a prática da modalidade.

“Graças a Deus tenho o apoio da Câmara de Setúbal, no sítio onde treino, mas, infelizmente, não tenho todas as condições para treinar. Também tenho um fisioterapeuta que me acompanha, mas que também tem o trabalho dele e não pode estar comigo a tempo inteiro. Isso seria importante para mim”.

Se após a conquista do segundo lugar do pódio, onde considerou que sentia ter perdido o ouro em vez de ter conquistado a prata, Pedro Pichardo está agora mais satisfeito.

“Ficar no pódio é sempre uma sensação muito boa, mais ainda nuns Jogos Olímpicos. Trabalhamos para atingir este objetivo. Não consegui o ouro, consegui a prata. É mais uma medalha para mim, para a minha equipa de trabalho e para o país. Estamos satisfeitos. Cometi alguns erros durante a prova, não acertei bem na tábua, perdi alguns centímetros aí”, concluiu.