A Direção-Geral da Saúde (DGS) apelou, esta quarta-feira, às autarquias, empreendimentos turísticos e entidades do setor agrícola, industrial, entre outros, que adotem medidas de prevenção e controlo do mosquito que transmite o zika e o dengue. Este tipo de inseto foi agora detetado em Cascais e em Pombal, tendo já sido detetado anteriormente em Portugal.
Numa nota, publicada no seu site, a DGS explica que, perante a deteção desta espécie invasora, aedes albopictus, em diferentes freguesias e concelhos de Portugal continental, é imperativo reforçar os mecanismos de prevenção e controlo visando a redução da abundância ou eliminação desta espécie de mosquito.
De acordo com as autoridades sanitárias, as deteções mais recentes em Portugal do mosquito invasor, registadas na passada quarta-feira, nos municípios de Cascais e de Pombal, levam ao aumento para nível de risco 1 (amarelo).
Esta escala, de 0-3, foi definida para diferentes cenários relativamente à presença de mosquitos Aedes e deteção de casos de doença, conforme previsto no Plano Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Transmitidas por Vetores.
“Com base nas análises entomológicas da rede REVIVE, não foi verificada, até à data, a presença de agentes patogénicos nos mosquitos, nem foram reportados casos autóctones de doenças para as quais o vetor é competente”, lê-se na nota.
As medidas de prevenção e controlo defendidas pela DGS implicam o envolvimento de diferentes setores, nomeadamente autarquias, turismo, hotelaria, ambiente, veterinária, agricultura, indústria, comércio, entre outros, bem como esforços por parte do setor da saúde, na prevenção e controlo das doenças transmitidas pelos mosquitos aedes albopictus e aedes aegypti.
Estas espécies de mosquitos transmitem doenças como a febre de dengue, chikungunya, zika, febre-amarela, todas de notificação obrigatória, e a infeção por parasita dirofilária.
Um dos métodos de prevenção, passa pelas intevenções no ciclo de vida do mosquito, que que compreende às fases aquática (ovos, larvas e pupas) e terrestre (fase adulta do mosquito).
A intervenção física ambiental é o método primário de controlo vétorial, que passa por intervenções multissetoriais na identificação e eliminação de criadouros (locais e recipientes que possam servir de habitat para ovos e larvas do mosquito) e a aplicação de larvicidas e de adulticidas pode também ser necessária.
Nas áreas onde o foi confirmada a deteção de mosquitos do género aedes (Nível 1), nomeadamente em Pombal e em Cascais, deverá ser assegurada a localização e mapeamento, preferencialmente com georreferenciação, de locais onde a existência de criadouros possa constituir um risco para a multiplicação de mosquitos.
“As doenças transmitidas por mosquitos são um problema global emergente de saúde pública que pode constituir uma emergência em Portugal e a nível transfronteiriço”, refere a DGS, salientando que “o aumento da mobilidade internacional de pessoas, bens e animais, aliado às alterações climáticas, são fatores que contribuem para a expansão de mosquitos invasores e consequente ocorrência de casos de doença”.