As balas que não mataram Trump são o último prego no caixão de Biden


Os acontecimentos de 13 de julho, estou em crer, foram o golpe de misericórdia na sua candidatura.


Terá sido um milagre ou uma “sorte do diabo”, como disse o historiador britânico Ian Kershaw em relação ao atentado que por muito pouco não matou Adolf Hitler no dia 20 de julho de 1944?

Seja qual for a perspetiva com que olhemos para as coisas, parece inevitável que os acontecimentos de sábado 13 de julho em Butler, Pensilvânia, influenciem o curso da campanha presidencial americana e a eleição de novembro.

Antes do incidente – ou tragédia, se tivermos em conta que duas pessoas morreram e outras duas ficaram gravemente feridas – Biden já parecia preso por arames, com fortes e legítimas dúvidas sobre a sua capacidade física e mental a minarem a sua candidatura. Um péssimo desempenho no debate presidencial e sucessivas gafes só pioraram essa imagem de fragilidade. E muitos democratas apelaram a que desistisse da corrida, mas aparentemente sem sucesso.

Os acontecimentos de 13 de julho, estou em crer, foram o golpe de misericórdia na sua candidatura.

As imagens são extraordinárias: Donald Trump discursa no seu tom inconfundível quando se ouve a sucessão de estalidos surdos. Trump leva a mão à orelha – deve ter sentido um calorzinho… –, a tentar perceber o que se passou e baixa-se quase de imediato, mostrando um notável autodomínio e presença de espírito. Os guarda-costas atiram-se para cima dele para o proteger. Uma mulher grita na multidão – certamente por ter visto alguém morrer ali ao lado. Trump reergue-se do amontoado de seguranças com a orelha a escorrer sangue e o punho erguido, com uma confiança inabalável. Uma diferença de meros centímetros e o ex-Presidente já nunca mais se levantava.

No dia 5 de novembro, os americanos vão escolher entre, de um lado, um candidato a cair da tripeça, se me permitem a expressão; do outro lado, têm alguém que emerge da tentativa de assassínio como um ungido, um homem forte que não é possível derrubar. A escolha não será muito difícil. E tudo leva a crer que as balas de Thomas Crooks, destinadas a abater Trump, por ironia serão o último prego no caixão da candidatura de Biden.

P.S. À meia-noite e meia de sábado para domingo, ao ver as primeiras notícias do atentado, visitei a página online da CNN. Tinha em manchete uma notícia sobre a guerra em Gaza. Sobre o incidente no comício, dizia que Trump tinha caído no palco, quando já estavam disponíveis as imagens que mostravam inequivocamente os tiros. Todos sabemos para que lado pende a cadeia televisiva. Mas que diabo, não seria suposto os meios de informação… informarem?

As balas que não mataram Trump são o último prego no caixão de Biden


Os acontecimentos de 13 de julho, estou em crer, foram o golpe de misericórdia na sua candidatura.


Terá sido um milagre ou uma “sorte do diabo”, como disse o historiador britânico Ian Kershaw em relação ao atentado que por muito pouco não matou Adolf Hitler no dia 20 de julho de 1944?

Seja qual for a perspetiva com que olhemos para as coisas, parece inevitável que os acontecimentos de sábado 13 de julho em Butler, Pensilvânia, influenciem o curso da campanha presidencial americana e a eleição de novembro.

Antes do incidente – ou tragédia, se tivermos em conta que duas pessoas morreram e outras duas ficaram gravemente feridas – Biden já parecia preso por arames, com fortes e legítimas dúvidas sobre a sua capacidade física e mental a minarem a sua candidatura. Um péssimo desempenho no debate presidencial e sucessivas gafes só pioraram essa imagem de fragilidade. E muitos democratas apelaram a que desistisse da corrida, mas aparentemente sem sucesso.

Os acontecimentos de 13 de julho, estou em crer, foram o golpe de misericórdia na sua candidatura.

As imagens são extraordinárias: Donald Trump discursa no seu tom inconfundível quando se ouve a sucessão de estalidos surdos. Trump leva a mão à orelha – deve ter sentido um calorzinho… –, a tentar perceber o que se passou e baixa-se quase de imediato, mostrando um notável autodomínio e presença de espírito. Os guarda-costas atiram-se para cima dele para o proteger. Uma mulher grita na multidão – certamente por ter visto alguém morrer ali ao lado. Trump reergue-se do amontoado de seguranças com a orelha a escorrer sangue e o punho erguido, com uma confiança inabalável. Uma diferença de meros centímetros e o ex-Presidente já nunca mais se levantava.

No dia 5 de novembro, os americanos vão escolher entre, de um lado, um candidato a cair da tripeça, se me permitem a expressão; do outro lado, têm alguém que emerge da tentativa de assassínio como um ungido, um homem forte que não é possível derrubar. A escolha não será muito difícil. E tudo leva a crer que as balas de Thomas Crooks, destinadas a abater Trump, por ironia serão o último prego no caixão da candidatura de Biden.

P.S. À meia-noite e meia de sábado para domingo, ao ver as primeiras notícias do atentado, visitei a página online da CNN. Tinha em manchete uma notícia sobre a guerra em Gaza. Sobre o incidente no comício, dizia que Trump tinha caído no palco, quando já estavam disponíveis as imagens que mostravam inequivocamente os tiros. Todos sabemos para que lado pende a cadeia televisiva. Mas que diabo, não seria suposto os meios de informação… informarem?