O ex-ministro da Cultura socialista, Pedro Adão e Silva, num artigo de opinião publicado, esta quarta-feira, no jornal Público, considera que António Costa foi alvo de um golpe de estado que pretendeu afasta-lo do cargo de primeiro ministro.
O antigo governante escreve que este golpe de estado teve uma nova natureza, a remoção de um primeiro-ministro, “perpetrada por meios não violentos”, acrescentando que nem todos têm de ser conduzidos por militares em chaimites.
Na sua crónica, Pedro Adão e Silva aborda ainda os mais recentes debates sobre a Justiça, admitindo que o problema do setor não passa pela autonomia nem pela independência, mas sim pelo funcionamento e a responsabilidade hierárquicos no Ministério Público (MP).
Na ótica do ex-ministro socialista, qualquer intenção de aumentar o controlo político sobre o sistema judicial, é mesmo uma “emenda pior do que o soneto”.
O antigo governo do Partido Socialista (PS) caiu depois de António Costa se ter demitido do cargo de primeiro-ministro, na sequência da divulgação de que estava a ser alvo de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça após ter sido extraída uma certidão do processo-crime Operação Influencer.