O número de civis mortos em conflitos no mundo aumentou 72% em 2023 face ao ano anterior. A proporção de mulheres mortas duplicou e a de crianças triplicou.
O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos apresentou esta terça-feira os dados, classificados de “aterradores”, na abertura da 56.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre até 12 de julho em Genebra, na Suíça.
“Custa-me iniciar a minha atualização global, mais uma vez, com a crueldade da guerra. Em 2023, os dados recolhidos pelo meu gabinete mostram que o número de mortes de civis em conflitos armados aumentou 72%. De forma aterradora, os dados indicam que a proporção de mulheres mortas em 2023 duplicou e a de crianças triplicou, em comparação com o ano anterior”, apontou o alto-comissário.
Volker Türk, citado pela agência Lusa, manifestou-se particularmente “chocado com o desrespeito pelos direitos humanos internacionais e pelo direito humanitário por parte das partes envolvidas no conflito em Gaza”.
Relativamente à guerra na Ucrânia, lamentou que também aqui a situação esteja a deteriorar-se, sublinhando que “a recente ofensiva terrestre das forças armadas russas na região de Kharkiv, na Ucrânia, destruiu comunidades inteiras”,
O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos realçou que, “além de infligir um sofrimento humano insuportável, a guerra tem um preço elevado”, e revelou que, “até ao final de maio de 2024, o fosso entre as necessidades de financiamento humanitário e os recursos disponíveis ascende a 40,8 mil milhões de dólares”, cerca de 38 mil milhões de euros.