Jorge Paixão levou o Difaâ à I Divisão de Marrocos

Jorge Paixão levou o Difaâ à I Divisão de Marrocos


LEIPZIG – De repente o telefone toca aqui em Leipzig e recebo notícias de Marrocos e do meu amigo Jorge Paixão que festejou, finalmente, a subida do Difaâ El Jadidi à I Liga do país. Quando, há cerca de dois meses o fui encontrar na antiga Mazagão dos portugueses, numa luta acesa contra um universo…


LEIPZIG – De repente o telefone toca aqui em Leipzig e recebo notícias de Marrocos e do meu amigo Jorge Paixão que festejou, finalmente, a subida do Difaâ El Jadidi à I Liga do país. Quando, há cerca de dois meses o fui encontrar na antiga Mazagão dos portugueses, numa luta acesa contra um universo de dificuldades, senti que a tarefa iria exigir o melhor de ele próprio. Mas o Jorge é gente do mundo. Habituado a viver em países estranhos, alguns deles desafortunados. Tinha uma oportunidade aberta na sua frente para cumprir mais uma etapa vitoriosa da sua carreira e cumpriu-a, classificando-se em segundo lugar no Botola 2 (II Divisão marroquina) a seis pontos do Meknés e com os mesmos pontos do USM Oujda (52) mas com vantagem no duelo entre ambos.

Já quando estive em El Jadidi, Jorge Paixão lidava com problemas sobretudo financeiros, os mesmos que, aliás, levaram o clube a ser despromovido um ano antes. Mas entretanto é ele que conta: «As coisas foram-se tornando cada vez mais difíceis, com pagamentos por fazer e, sobretudo por não podermos inscrever jogadores em Janeiro. Olha, por exemplo, o quarto classificado, que também lutava para subir, o Marrakesh, inscreveu 13 novos jogadores! Além disso tivemos duas lesões graves, o que complicou mais a tarefa. Mas trabalhámos com o que tínhamos e tirámos proveito desse trabalho». Jorge era um homem feliz quando me ligou. «Claro! Estou satisfeito! Estou orgulhoso! Perante tudo o que tivemos de sofrer, eis-nos no lugar que o clube merece. E pude ajudar com a minha experiência e com o meu trabalho». E agora? Há ainda muito para alterar na estrutura do Difaâ. E sem investimento a manutenção será praticamente impossível. «Agora vamos ver. O meu contrato foi automaticamente renovado com esta subida de divisão. Mas preciso de saber com o que conto para a próxima época. Não posso continuar com estes problemas todos. Vou reunir-me com a direcção, com o presidente, e perceber o que eles têm planeado para o futuro». Para já, em El Jedida, a inesquecível Mazagão, à beira do Atlântico, Jorge Paixão festeja. E merece-o. Sou eu que o digo com franqueza.