O Papa Francisco recebeu, esta sexta-feira, 105 humoristas de todo o mundo, no Vaticano, e admitiu que “é possível rir de Deus” e que isso “pode ser feito, mas sem ofender os sentimentos religiosos dos fiéis, especialmente dos pobres”.
Numa iniciativa promovida pelos Dicastérios para a Cultura e a Educaçãoe e da Comunicação, com o objetivo promover o diálogo entre a Igreja Católica e os humoristas, também participaram humoristas portugueses como, Ricardo Araújo Pereira, Joana Marques e Maria Rueff.
O sumo pontífice questionou se “é possível rir também de Deus?”, respondendo, de seguinda, que: “É claro que sim, isto não é blasfémia, assim como brincamos e fazemos piadas com as pessoas que amamos. A tradição sapiencial e literária hebraica é mestra nisso! Pode ser feito, mas sem ofender os sentimentos religiosos dos fiéis, especialmente dos pobres”.
O Papa, citado pela agência Ecclesia, admitiu que “o humor não ofende, não humilha, não cola as pessoas aos seus defeitos” e, diretamente para os humoristas presentes, disse que eles “denunciam os excessos do poder, dão voz a situações esquecidas, evidenciam abusos, apontam para comportamentos desadequados”.
“O que vou dizer a seguir não é uma heresia: quando conseguem fazer com que sorrisos inteligentes brotem dos lábios, mesmo de um só espetador, vocês também fazem sorrir Deus”, disse o líder da Igreja Católica, acrescentando que o riso “ajuda a quebrar as barreiras sociais”.
Para Francisco, devemos aprender com os humoristas, sendo que “o riso do humor nunca é contra alguém, mas é sempre inclusivo, proativo, desperta abertura, simpatia e empatia”.
Depois da sua intervenção, o Papa pediu a todos os presentes que continuem a “animar as pessoas, especialmente aquelas que têm mais dificuldade em encarar a vida com esperança” e procedeu a cumprimentar todos os humoristas.
No evento estiveram presentes três humoristas portugueses, Ricardo Araújo Pereira, Joana Marques e Maria Rueff, bem como o brasileiro Fábio Porchat ou os norte-americanos Stephen Colbert, Jimmy Fallon e Conan O’Brien.
Com esta iniciativa, o chefe da Igreja Católica procurou “celebrar a beleza da diversidade humana e promover uma mensagem de paz, amor e solidariedade”.