Sardinhas vencedoras do concurso da EGEAC

Sardinhas vencedoras do concurso da EGEAC


As sardinhas são as rainhas da festa e não há comemoração sem conhecer as vencedoras do concurso promovido pela EGEAC. O mote deste ano era ‘Risca e arrisca’ e, numa altura, em que assinalou os 14 anos de existência, os temas foram: cravos, livros, o preço do azeite, queijo e uma varina.


Os Santos Populares estão à porta e são acompanhados pelas sardinhas vencedoras deste ano. Quatro são portuguesas, uma é estrangeira e as cinco foram desenhadas por mulheres. «Cinco autoras, com idades compreendidas entre os 17 e os 42 anos, venceram a 14.ª edição do concurso promovido pela EGEAC. As sardinhas são todas criações nacionais – entre Lisboa, Massamá, Montijo e Rio Tinto –, à exceção de uma, que vem dos Países Baixos», diz a entidade responsável pelo concurso. E acrescenta: «Os cravos (para assinalar os 50 anos do 25 de abril), os livros (a base do conhecimento e da imaginação), o azeite (numa caricatura do aumento dos preços), o queijo (especialidade para pessoas de todo o mundo e não só) e uma varina (que vende sardinhas fresquinhas) dão corpo às sardinhas do cabaz vencedor».

Este ano sob o mote ‘Risca e arrisca’ participaram 1.823 autores, que apresentaram 3.582 propostas (2587 portuguesas e 995 estrangeiras) de 63 países.

Mas o que diz cada vencedora? Mónica Marques Monteiro, responsável pela ‘Abrileira’, diz que a sua sardinha «foi feita a pensar na celebração dos 50 anos do 25 de abril, um evento que deve ser celebrado e relembrado mais do que nunca. Em tempos de instabilidade política, guerra e inquietação, é necessário lutar pelo que nos é inerente: a liberdade».

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Abrileira, por Mónica Marques Monteiro

Inês Forte, a autora de ‘O Saber da Sardinha’, refere que «o corpo do peixe é composto por livros para trazer conhecimento, estimular a imaginação e a criatividade, desenvolver o pensamento crítico e combater o stress».

O Saber da Sardinha, por Inês Forte

Já Carolina Carvalho, com a sua sardinha ‘Ao preço do ouro’ opta por fazer uma caricatura ao aumento generalizado dos preços para demonstrar «revolta perante a situação do nosso país». «Os preços de produtos alimentares essenciais estão completamente desfasados do que são as posses do salário mínimo de um português», denuncia.

Ao Preço do Ouro, por Carolina Carvalho

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Este ano, também os Países Baixos fizeram parte da lista dos vencedores. Mariëlle van der Gouw através do ‘Cheesy’ retrata a sardinha que se transforma num queijo que, por seu lado, transporta um rato.

Cheesy, por Mariëlle van der Gouw

Por fim, Beatrizarte celebra as vendedoras de peixe com ‘A Varina’, um complemento das das festas populares.

A Varina, por Beatrizarte

Como tudo começou

A primeira sardinha associada às festas de Lisboa aparece em 2003, desenhada pelo Atelier Silvadesigners, num desafio lançado pela EGEAC. Além dos familiares pendões, apareceram em mupis nas paragens de autocarros. Em 2009, o ateliê convida ilustradores e artistas plásticos para desenhar sardinhas: André Carrilho, Bela Silva, Henrique Cayatte, João Maio Pinto, Nuno Saraiva e Pedro Proença revelam a sua visão pessoal da sardinha.

E até ganhar o seu espaço não foi preciso muito. «Consolidada como uma marca património de Lisboa, a sardinha inundou a cidade para publicitar as múltiplas iniciativas das Festas como Outras Cenas e Rotas & Rituais, ou o teatro e a música nos elétricos, comboios e metro de Andar em Festa», diz à Luz a EGEAC.

Em 2010 a multiplicação criativa da marca continua com uma nova geração de ilustradores editoriais: André da Loba, Bernardo Carvalho, João Fazenda, José Feitor, Madalena Matoso, Tiago Albuquerque e Yara Kono. Aparecem aos milhares, em faixas para colocar nas típicas varandas alfacinhas, e distribuídas em ações de rua, as chamadas ‘Sardinhas de Guerrilha’.

No ano seguinte, a EGEAC lança o concurso de criatividade ‘Sardinha Festas de Lisboa’, desafiando qualquer um a criar as sardinhas das festividades populares. Com o mote ‘A sardinha é minha!’ recebeu milhares de propostas de todo o mundo. «Deu-se assim início à democratização da criação da sardinha que, ano após ano, insiste em superar todas as expectativas. Em apenas cinco anos, mais de 25 mil sardinhas, digitais e tridimensionais, de autores consagrados e virtuosos amadores, com temas políticos, históricos, simplesmente gráficas ou abstratas, lisboetas e do mundo, as sardinhas e os seu autores mostram a riqueza e a diversidade dos imaginários, de todos e de cada um. Uma legião de fãs e o ritual de criar, colecionar e ver sardinhas criaram a força e o crescimento exponencial desta marca, que vai muito além de qualquer estratégia, transformando a sardinha na Love Brand de Lisboa».

Mas é em 2014 – ano do lançamento oficial da marca Sardinha ­– que a entidade promotora passou a desafiar várias marcas e várias empresas a desenvolverem produtos próprios e a associarem-se a este fenómeno. Desde aí, não para. E os números falam por si.

14          Edições

125        Sardinhas/propostas premiadas

30.092 Concorrentes, dos 2 aos 93 anos, cerca de 85% são portugueses

55.924 Propostas de sardinhas, de mais de 100 países

2016     Foi o ano com mais propostas recebidas 8776