O representante da República para a Madeira anunciou esta terça-feira que vai indigitar Miguel Albuquerque como presidente do Governo Regional. Irineu Barreto considerou que a solução conjunta de PS e JPP “não tem qualquer hipótese de ter sucesso”. Os socialistas consideram que a decisão pode mergulhar o arquipélago numa “crise sem precedentes”.
O líder do PSD/Madeira vai ser indigitado na quarta-feira às 12h00 no Palácio de São Lourenço, a residência oficial do representante da República no Funchal.
Irineu Barreto explicou que a escolha se deve ao facto de considerar que “terá todas as condições de ver o seu programa aprovado na Assembleia Legislativa”. Sobre a solução conjunta de PS e JPP, o representante da República indicou que “não tem qualquer hipótese de ter sucesso na Assembleia Legislativa”.
Ireneu Barreto recebeu esta terça-feira os sete partidos com representação parlamentar, após as eleições regionais de domingo, por ordem crescente de votação: PAN (um deputado), IL (um), CDS-PP (dois), Chega (quatro), JPP (nove), PS (11) e PSD (19).
Depois das eleições de domingo, o PSD de Miguel Albuquerque afirmou-se disponível para assegurar um “governo de estabilidade”, mas o PS considerou haver margem para construir uma alternativa. Na segunda-feira, o PS e o JPP anunciaram “uma solução de governo conjunta” no arquipélago, a apresentar ao representante da República na Madeira, apelando à participação dos restantes partidos, à exceção do PSD e do Chega, “de modo a construir um apoio parlamentar mais robusto”.
Esta terça-feira de manhã, antes de serem recebidos pelo representante da República para a Madeira, os líderes regionais do PSD, Miguel Albuquerque, e do CDS-PP, José Manuel Rodrigues chegaram a um acordo de apoio parlamentar.
Ao final do dia, o PS/Madeira considerou que a decisão do representante da República de indigitar o social-democrata Miguel Albuquerque para formar governo na região é “a pior” para os madeirenses e pode mergulhar o arquipélago numa “crise sem precedentes”.
“Sabemos que esta é a pior decisão para os madeirenses e porto-santenses porque é aquela que não conseguiu garantir, não garante e dificilmente conseguirá garantir estabilidade ou futuro para a nossa região”, disse a secretária-geral do Partido Socialista (PS) da Madeira,.
“Perante duas alternativas não minoritárias que foram apresentadas ao senhor representante da República, foi decidido então por aquela que poderá mergulhar a região numa crise sem precedentes”, acrescentou Marta Freitas, citada pela agência Lusa.
