O Grupo VITA revelou, esta segunda-feira, que receberam mais de trinta pedidos de indemnização a vítimas de abusos sexuais no contexto da Igreja, cometidos nas últimas décadas.
“Trinta e duas vítimas pediram, até ao momento, uma compensação financeira – pedidos que, tal como já adiantado pela Conferência Episcopal Portuguesa [CEP], poderão ser formalizados entre junho e dezembro de 2024, de acordo com critérios a anunciar brevemente”, lê-se na nota divulgada pelo grupo.
O anúncio ocorre no dia em que o presidente da CEP confirmou que o tema dos abusos sexuais na Igreja vai estar em foco na visita dos bispos portugueses ao Vaticano.
“É uma questão dolorosa, mas faz parte da nossa vida. E também não nos deixa simplesmente a chorar ou a lamentar, a pedir perdão, necessariamente, mas, sobretudo, a criar um futuro melhor”, disse José Ornelas, citado pela agência Lusa.
Sublinhe-se que há cerca de três meses existiam apenas segundo dados do grupo VITA, 12 pedidos de indemnização a vítimas de abuso sexual na Igreja.
O grupo assinala agora, em 22 de maio, um ano da sua entrada em funcionamento, tendo recebido 98 pedidos de ajuda, que se traduziram em 60 atendimentos e no acompanhamento psicológico regular de 18 pessoas.
No mesmo comunicado, o VITA anunciou ainda que a coordenadora Rute Agulhas vai ter um encontro “de especial importância” esta terça-feira com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“O Grupo VITA pretende partilhar aquele que tem sido o seu trabalho ao longo do primeiro ano de funcionamento, bem como reforçar a importância da criação de uma Estratégia Nacional de Prevenção da Violência Sexual em Portugal”, referiu, acrescentando que o segundo relatório de atividades deverá acontecer a 18 de junho em Fátima.