A temperatura vai subir no norte e centro do país com a presença dos melhores pilotos num rali que já foi considerado o melhor do mundo por cinco vezes. A prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal continua a ser o evento desportivo mais importante realizado em Portugal e também dos mais populares, os espetadores criam uma atmosfera única que contagia os pilotos, que ficam admirados pela paixão dos portugueses pelos ralis.
A prova disputa-se numa fase crucial do campeonato e vai ser interessante avaliar o potencial de carros e pilotos num cenário de grande exigência. Há nove pilotos com carro para ganhar, mas há uns mais favoritos do que outros. Pelo andamento demonstrado esta época, Sébastien Ogier, Kalle Rovanpera e Elfyn Evans, com o Toyota Yaris Rally 1, e Thierry Neuville e Ott Tänak, ao volante do Hyundai i20 Rally 1, são os principais candidatos à vitória, e só uma hecatombe pode dar o triunfo a Adrian Fourmaux, que conduz o Ford Puma Rally 1.
O bicampeão do mundo, Kalle Rovanperä, quer ganhar pela terceira vez consecutiva em Portugal, algo que só Massimo Biasion conseguiu (1988/89/90) com o Lancia Delta Integrale. “Gosto muito deste rali que tem classificativas espetaculares e um ótimo ambiente. O meu objetivo é vencer, mas nunca é fácil. Os pilotos de topo conhecem muito bem estas estradas e vão andar depressa, vai ser uma luta renhida. A nossa posição na estrada talvez possa ajudar”, disse o piloto da Toyota.
Thierry Neuville quer manter a liderança no Mundial de pilotos e já disse que vai andar a fundo com o Hyundai i20 Rally 1. “O sucesso em Portugal depende dos mesmos fatores de sempre. É preciso ser consistente e ter uma boa afinação do carro para atacar com confiança. As condições climatéricas e a posição da estrada podem fazer a diferença: se chover seremos rápidos, se estiver seco teremos mais dificuldades, porque todos conhecem bem as estradas. Os testes correram bem e deram-me confiança, mas é preciso um pouco mais de tração para ser eficaz em todo o tipo de curvas”, explicou o piloto belga, que deixou o aviso “vou atacar ao máximo desde o início para tentar ganhar e marcar pontos para o campeonato”.
Adrian Fourmaux está a fazer um excelente início de época, com dois pódios “é um rali famoso e espetacular. As estradas são muito técnicas e, normalmente, temos condições muito difíceis, com temperaturas elevadas. É uma prova bastante exigente para carros e pilotos. Vai ser a minha quarta participação e quero disfrutar da atmosfera. A Power Stage de Fafe é fantástica e espero conseguir um bom resultado”, disse o piloto do Ford Puma Rally 1.
Armindo Araújo (Skoda Fabia RS), Ricardo Teodósio (Hyundai i20 N), José Pedro Fontes (Citroën C3) são os principais pilotos nacionais nesta prova na categoria Rally 2. Como não têm carros para andar entre os primeiros, o seu primeiro objetivo é pontuar para o campeonato nacional, só depois podem pensar em arriscar para dar nas vistas perante os melhores do mundo.
O percurso deste ano é muito semelhante ao de anos anteriores, e não faltam bons spots para os espetadores verem os melhores pilotos do mundo. A organização divulgou no site do rali https://rallydeportugal.pt as 39 zonas espetáculo, onde é possível ver o rali.
A prova tem 22 classificativas, num total de 337 quilómetros cronometrados, que não perdoam erros, nem excessos. O rali começa quinta-feira com a partida, em Coimbra, e a especial-espetáculo nas ruas Figueira da Foz. As coisas a sério têm início na sexta-feira com uma dupla passagem pelas difíceis e duras classificativas de Arganil (18,7 km), Lousã (12,2 km), Góis (14,3 km) e Mortágua (18,1 km), onde os problemas mecânicos ou furos podem provocar diferenças significativas. É nesta zona que se costumam registar grandes peregrinações pelas serras de Arganil e Lousã para ver os pilotos. Sábado é o dia mais longo do rali com a dupla passagem pelo tenebroso troço de Amarante, a classificativa mais longa da prova (37,2 km), Felgueiras (8,8 km), Montim (8,6 km), Paredes (16 km), já a superespecial de Lousada (3,3 km) é uma brincadeira quando comparado com o que fizerem antes. Quem tiver menos problemas nesta etapa tem o rali praticamente ganho. Domingo, há dupla passagem por Cabeceiras de Basto (19,1 km) a pela veloz classificativa de Fafe (11,1 km), com o espetacular salto, onde os carros voam 50 metros. É a maneira de terminar o rali em beleza.
1.ª etapa
Figueira da Foz (2,9 km)
Mortágua 1 (18.1 km) – 08h05
Lousã 1 (12.2 km) – 09h35
Góis 1 (14.3 km) – 10h35
Arganil 1 (18.7 km) – 11h35
Reagrupamento em Arganil 12h15
Lousã 2 (12.2 km) – 14h05
Góis 2 (14.3 km) – 15h05
Arganil 2 (18.7 km) – 16h05
Mortágua 2 (18.1 km) – 17h35
Total da etapa 129.8 km
2.ª etapa
Felgueiras 1 (8.8 km) – 08h05
Montim 1 (8.6 km) – 09h05
Amarante 1 (37.2 km) – 10h05
Paredes 1 (16.0 km) – 11h35
Reagrupamento na Exponor – 12h26
Felgueiras 2 (8.8 km) – 14h35
Montim 2 (8.6 km) – 15h35
Amarante 2 (37.2 km) – 16h35
Paredes 2 (16.0 km) -18h05
Lousada (3.3 km) -19h05
Total da etapa 145.0 km
3.ª etapa
Cabeceiras de Basto 1 (19.9 km) – 07h05
Fafe 1 (11.1 km) – 08h35
Cabeceiras de Basto 2 (19.9 km) – 09h35
Reagrupamento em Vieira do Minho – 10h35
Fafe 2 Power Stage (11.1 km) – 12h15
Total da etapa: 62.1 km
Total do rali: 337.0 km