Defender os aiatolas contra a cultura ocidental


O que se passou no Porto, o ataque a uma residência de estrangeiros do norte de África, não pode passar em branco. Portugal não pode pactuar com neonazis.


O que se está a passar nos Estados Unidos não augura nada de bom para a democracia. Milhares de estudantes têm feito manifestações contra a guerra que Israel leva a cabo nos territórios ocupados palestinianos, dando gás aos apoiantes de Trump. Fala-se que haverá influências iranianas nos protestos e é bem possível. Os países democráticos nunca combatem o terrorismo com as mesmas armas que estes combatem as democracias.

Independentemente das atrocidades israelitas, que são evidentes, estamos perante um problema muito mais complexo, pois não é fácil lutar contra quem sonha com uma sociedade onde a religião determina a vida de todos. Em nome de Alá, os fundamentalistas matam com as maiores facilidades, vestindo a pele de vítimas. Veja-se o que se passa no_Irão, onde, por exemplo, as mulheres são mortas por lutarem por poderem andar com o cabelo ao vento, mas na ‘guerra’ que opõe o país a Israel, são muitos os ocidentais, que sofreriam horrores se vivessem na pátria dos aiatolas, que os defendem.

No dia em que o Irão atacou Israel, umas horas antes, o major-general Agostinho Costa, dizia com a maior cara de pau que o Irão jamais atacaria Israel com drones e mísseis. Insinuava que era isso que os americanos queriam, mas os iranianos eram muito mais espertos e jamais cairiam nesse disparate. Quando o ataque ocorreu, não sei o que disse depois o já considerado major-general vermelho, mas deve ter encontrado uma desculpa tão estapafúrdia como a que disse umas horas antes.

E é neste conflito entre duas formas de viver tão distintas que nos encontramos. Mas, se calhar, não é de estranhar que os fundamentalistas recolham tanto apoio no Ocidente. Basta recordar que o aiatola Khomeini viveu refugiado em França antes de voltar ao Irão e ter transformado o país no que transformou.

P. S. Nada disto me impede de dizer que Israel deve ser obrigada a reconhecer os territórios ocupados e que Netanyahu deve responder perante um Tribunal internacional. Mas será bom que o Ocidente diga aos palestinianos que não serão permitidos grupos armados que querem apenas destruir Israel…

P. S. 2. O que se passou no Porto, o ataque a uma residência de estrangeiros do norte de África, não pode passar em branco. Portugal não pode pactuar com neonazis, independentemente de problemas com a segurança interna. Não podemos pactuar com ataques desses, que são manifestamente racistas e xenófobos. Mas convém que estejamos também atentos ao fenómeno da insegurança, até para não se criar animosidade entre os portuenses e aqueles que procuram apenas uma vida melhor.

Defender os aiatolas contra a cultura ocidental


O que se passou no Porto, o ataque a uma residência de estrangeiros do norte de África, não pode passar em branco. Portugal não pode pactuar com neonazis.


O que se está a passar nos Estados Unidos não augura nada de bom para a democracia. Milhares de estudantes têm feito manifestações contra a guerra que Israel leva a cabo nos territórios ocupados palestinianos, dando gás aos apoiantes de Trump. Fala-se que haverá influências iranianas nos protestos e é bem possível. Os países democráticos nunca combatem o terrorismo com as mesmas armas que estes combatem as democracias.

Independentemente das atrocidades israelitas, que são evidentes, estamos perante um problema muito mais complexo, pois não é fácil lutar contra quem sonha com uma sociedade onde a religião determina a vida de todos. Em nome de Alá, os fundamentalistas matam com as maiores facilidades, vestindo a pele de vítimas. Veja-se o que se passa no_Irão, onde, por exemplo, as mulheres são mortas por lutarem por poderem andar com o cabelo ao vento, mas na ‘guerra’ que opõe o país a Israel, são muitos os ocidentais, que sofreriam horrores se vivessem na pátria dos aiatolas, que os defendem.

No dia em que o Irão atacou Israel, umas horas antes, o major-general Agostinho Costa, dizia com a maior cara de pau que o Irão jamais atacaria Israel com drones e mísseis. Insinuava que era isso que os americanos queriam, mas os iranianos eram muito mais espertos e jamais cairiam nesse disparate. Quando o ataque ocorreu, não sei o que disse depois o já considerado major-general vermelho, mas deve ter encontrado uma desculpa tão estapafúrdia como a que disse umas horas antes.

E é neste conflito entre duas formas de viver tão distintas que nos encontramos. Mas, se calhar, não é de estranhar que os fundamentalistas recolham tanto apoio no Ocidente. Basta recordar que o aiatola Khomeini viveu refugiado em França antes de voltar ao Irão e ter transformado o país no que transformou.

P. S. Nada disto me impede de dizer que Israel deve ser obrigada a reconhecer os territórios ocupados e que Netanyahu deve responder perante um Tribunal internacional. Mas será bom que o Ocidente diga aos palestinianos que não serão permitidos grupos armados que querem apenas destruir Israel…

P. S. 2. O que se passou no Porto, o ataque a uma residência de estrangeiros do norte de África, não pode passar em branco. Portugal não pode pactuar com neonazis, independentemente de problemas com a segurança interna. Não podemos pactuar com ataques desses, que são manifestamente racistas e xenófobos. Mas convém que estejamos também atentos ao fenómeno da insegurança, até para não se criar animosidade entre os portuenses e aqueles que procuram apenas uma vida melhor.