Condenação por homicídio e profanação de cadáver para pai e filho

Condenação por homicídio e profanação de cadáver para pai e filho


O pai foi visto como sendo o cérebro de um “crime gravíssimo”, enquanto o filho como seu subalterno


O Tribunal de Coimbra condenou hoje um homem a 20 anos de cadeia e o seu filho a 14 anos e meio por homicídio qualificado e profanação de cadáver. Os crimes foram cometidos na Figueira da Foz em 2022.

O pai foi condenado a pena efetiva de prisão de 19 anos pelo crime de homicídio qualificado e a um ano e nove meses pelo crime de profanação de cadáver. Já o seu filho foi condenado a 14 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado e a um ano pelo crime de profanação de cadáver.

O Tribunal de Coimbra esteve a julgar, desde novembro do ano passado, um pai e três filhos da Figueira da Foz, acusados de matar um homem e esconder o corpo em 2022. Um outro filho era ainda acusado de omissão de auxílio e detenção de arma proibida.

Com o depoimento de duas testemunhas oculares com identidade escondida, o tribunal conseguiu perceber que o pai estava a supervisionar o momento em que três dos seus filhos agrediam um rapaz e o tentavam introduzir numa carrinha grande branca.

“Um dos filhos foi identificado por testemunha ocular, embora não tenha conseguido identificar os dois outros de forma cabal”, referiu o juiz. Assim, o Tribunal entendeu absolvê-los, extinguindo assim a prisão preventiva em que se encontravam, porque não ficou com a certeza da sua identidade, uma vez que o homem tem mais seis filhos.

Na carrinha do homem foi também encontrada uma mancha de sangue da vítima, num local que é compatível com o que as testemunhas oculares descreveram. O pai foi visto como sendo o cérebro de um “crime gravíssimo”, enquanto o filho como seu subalterno.

Sobre a motivação do crime, o Tribunal de Coimbra ficou com a convicção de que terá ocorrido porque a vítima “deitou a mão” à droga e às armas que não lhe pertenciam e que, assim, terá assinado “uma espécie de sentença de morte”, que acabou por consumar-se.

O Tribunal decidiu ainda condenar o outro filho, que estava acusado do crime de omissão de auxílio, a dois anos de prisão, que serão convertidos em 480 horas de trabalho comunitário.

A advogada de defesa dos arguidos informou que vai apresentar recurso do acórdão.