Nova guerra no PAN

Nova guerra no PAN


Representante do PAN em Oeiras avançou com queixa contra Inês Sousa Real por ‘comportamento difamatório’, após retirada da confiança política por parte da líder.


Nuno Maria Costa, membro da comissão política nacional do PAN e  da comissão política distrital de Lisboa do PAN, avançou com uma queixa junto do conselho de jurisdição do partido «pelo comportamento difamatório» da líder, Inês Sousa Real. Em causa, segundo o responsável da Assembleia de Freguesia de Oeiras, Paço de Arcos e Caxias, está a retirada da confiança política, enquanto representante do partido no órgão para o qual foi eleito, alegando ter sido «gravemente lesado no exercício dos seus direitos,  enquanto membro da referida assembleia para o qual foi eleito, num claro desrespeito pelos Estatutos do PAN em vigor, que não preveem a sanção ‘Retirada de Confiança Política’», diz a queixa a que o Nascer do SOL teve acesso.

Nuno Maria Costa revelou ainda ao nosso jornal que «a argumentação que acompanhou a decisão de retirada de confiança política, divulgada por órgãos internos do PAN, por carecer de verdade, constitui um atentado contra o bom nome e a dignidade do signatário, configurando-se num crime de difamação e calúnia».

E, face a esta situação, pediu um esclarecimento sobre as acusações, o que, de acordo com o mesmo, não foi dado até agora. «Num Estado de Direito Democrático e obviamente também num partido como o PAN, presume-se a inocência até prova em contrário e a pessoa alvo de acusação tem o direito de ser ouvida, de apresentar as suas explicações e justificações. Num processo desta gravidade e com uma decisão desta magnitude, era fundamental que a CPN e a porta-voz e representante legal do PAN, tivessem respeitado os princípios e regras do Estado de Direito Democrático, e que tivessem permitido o contraditório ao signatário, algo que não aconteceu», diz na mesma queixa.

Nuno Maria Costa diz ainda que teve o melhor resultado eleitoral da história do PAN em Oeiras e justifica esta decisão pelo facto de estar ligado ao movimento ‘Mais PAN, Agir para Renovar’ que se opõe á liderança de Inês Sousa Real e por ter tecido duras críticas à gestão de Isaltino Morais, «ao contrário de outros elementos do PAN que apresentam conflito de interesses» com este Executivo camarário.

Já no ínicio do mês foi revelado que Paulo Baptista e Elza Cunha, eleitos pelo PAN  em Faro, tinham pedido a sua desfiliação do partido em rota de colisão com Inês Sousa Real, que acusam de ter trocado as causas do PAN «por migalhas e acordos opacos tanto à esquerda como à direita», acrescentando que «os eleitos locais encaram com desânimo o desnorte de uma direção nacional que transformou o partido numa organização política cada vez mais distante dos seus princípios orientadores, colada ao ‘centrão’».