O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU alerta para o facto de a guerra do Sudão, que dura há quase dez meses, ter provocado o aumento da subnutrição em toda a região e estar a criar a maior crise de deslocados do mundo.
Pelo menos 25 milhões de pessoas lutam contra a aumento da fome e desnutrição, à medida que a crise no Sudão provoca ondas de choque em toda a região. Milhares de famílias estão a ser deslocadas e forçadas a atravessar as fronteiras do Chade e do Sudão do Sul todas as semanas.
Cerca de 1,8 milhões de pessoas que fugiram da guerra encontraram refúgio sobretudo nos países vizinhos, Chade e Sudão do Sul, os quais, no entanto, se debatem com as suas próprias fragilidades.
Crianças
No Sudão do Sul, as famílias que fugiram do Sudão representam apenas 3% da população mas 35% das pessoas que enfrentam níveis catastróficos de fome.
De acordo com o PAM, cerca de 4% das crianças com menos de cinco anos que atravessam a fronteira com o Sudão do Sul estão subnutridas à entrada no país. 18 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar aguda no Sudão e cerca de 3,8 milhões de crianças sudanesas com menos de cinco anos estão subnutridas.
Mas as pessoas que atravessam a fronteira para o Sul do Sudão estão a juntar-se a famílias que já lutam com rações reduzidas e fome extrema.
Cinco anos de guerra e inundações sem precedentes empurraram o próprio Sudão do Sul para uma situação terrível, com mais de 75% dos 12 milhões de habitantes do país a necessitarem de assistência humanitária e quase três milhões à beira da fome.