Melhor para a AD de Montenegro era impossível


Num repente, as regionais dos Açores tornaram-se uma espécie de ‘primárias’ para as gerais do Continente, e sobretudo para a campanha eleitoral ou o que tornou uso chamar-se de ‘narrativa’ dos principais partidos e protagonistas.


Quando Marcelo Rebelo de Sousa marcou as eleições nos Açores para 4 de fevereiro, ou seja, um mês antes das legislativas na República, o PS esfregou as mãos de contente, a AD ficou de coração nas mãos, a IL com as pernas a tremer, o Chega de peito feito, o BE e o PAN deram corda aos sapatos e o PCP pôs-se a fazer contas pelos dedos e o Livre de cabeça.

Num repente, as regionais dos Açores tornaram-se uma espécie de ‘primárias’ para as gerais do Continente, e sobretudo para a campanha eleitoral ou o que tornou uso chamar-se de ‘narrativa’ dos principais partidos e protagonistas.

Com o PS de Pedro Nuno Santos e todos os seus encartilhados – militantes, simpatizantes ou dependentes –, bem como BE, Livre, PCP e PAN a prepararem-se para pegar no exemplo açoriano como prova da tese segundo a qual a AD estaria refém do Chega para governar. E o Chega de André Ventura para reivindicar a sua indispensabilidade a qualquer solução de Governo à direita. E a IL para reclamar o acerto na sua cruzada pela afirmação. E a AD de Luís Montenegro condenada a meter a viola no saco, em nome do respeito pela autonomia partidária do PSD regional por forma a tentar reduzir os efeitos colaterais da sujeição de Bolieiro às reivindicações do Chega para continuar a governar o arquipélago.

O certo é que, ao dar uma maioria reforçada à AD, sem ser absoluta, mas com suficiente vantagem para não obrigar o PSD a ter de ajoelhar aos pés de André Ventura, e antes em fazer com que qualquer pretensão do PS de derrubar o Governo Regional antecipadamente passe por um acerto de conveniência e oportunismo dos socialistas com o Chega, o eleitorado dos Açores deu uma lição de sabedoria e equilíbrio democrático.  

Findo o escrutínio e apurados os resultados, a noite eleitoral não podia ter corrido melhor ao PSD de Luís Montenegro. Não só porque a AD triunfou e tem todas as condições para formar Governo na Região, como retirou todos os argumentos a quem pretendia voltar a agitar os fantasmas e riscos para a democracia de um Governo de direita. Esperemos que o exemplo dos Açores sirva para desempoeirar a campanha eleitoral no Continente. A balança da democracia tem de deixar de ter os pratos da direita e da esquerda sem dois pesos e duas medidas. Para que o povo, soberano, escolha de uma forma livre e esclarecida o que entende melhor para o país. É assim que funciona e deve funcionar a Democracia.

Melhor para a AD de Montenegro era impossível


Num repente, as regionais dos Açores tornaram-se uma espécie de ‘primárias’ para as gerais do Continente, e sobretudo para a campanha eleitoral ou o que tornou uso chamar-se de ‘narrativa’ dos principais partidos e protagonistas.


Quando Marcelo Rebelo de Sousa marcou as eleições nos Açores para 4 de fevereiro, ou seja, um mês antes das legislativas na República, o PS esfregou as mãos de contente, a AD ficou de coração nas mãos, a IL com as pernas a tremer, o Chega de peito feito, o BE e o PAN deram corda aos sapatos e o PCP pôs-se a fazer contas pelos dedos e o Livre de cabeça.

Num repente, as regionais dos Açores tornaram-se uma espécie de ‘primárias’ para as gerais do Continente, e sobretudo para a campanha eleitoral ou o que tornou uso chamar-se de ‘narrativa’ dos principais partidos e protagonistas.

Com o PS de Pedro Nuno Santos e todos os seus encartilhados – militantes, simpatizantes ou dependentes –, bem como BE, Livre, PCP e PAN a prepararem-se para pegar no exemplo açoriano como prova da tese segundo a qual a AD estaria refém do Chega para governar. E o Chega de André Ventura para reivindicar a sua indispensabilidade a qualquer solução de Governo à direita. E a IL para reclamar o acerto na sua cruzada pela afirmação. E a AD de Luís Montenegro condenada a meter a viola no saco, em nome do respeito pela autonomia partidária do PSD regional por forma a tentar reduzir os efeitos colaterais da sujeição de Bolieiro às reivindicações do Chega para continuar a governar o arquipélago.

O certo é que, ao dar uma maioria reforçada à AD, sem ser absoluta, mas com suficiente vantagem para não obrigar o PSD a ter de ajoelhar aos pés de André Ventura, e antes em fazer com que qualquer pretensão do PS de derrubar o Governo Regional antecipadamente passe por um acerto de conveniência e oportunismo dos socialistas com o Chega, o eleitorado dos Açores deu uma lição de sabedoria e equilíbrio democrático.  

Findo o escrutínio e apurados os resultados, a noite eleitoral não podia ter corrido melhor ao PSD de Luís Montenegro. Não só porque a AD triunfou e tem todas as condições para formar Governo na Região, como retirou todos os argumentos a quem pretendia voltar a agitar os fantasmas e riscos para a democracia de um Governo de direita. Esperemos que o exemplo dos Açores sirva para desempoeirar a campanha eleitoral no Continente. A balança da democracia tem de deixar de ter os pratos da direita e da esquerda sem dois pesos e duas medidas. Para que o povo, soberano, escolha de uma forma livre e esclarecida o que entende melhor para o país. É assim que funciona e deve funcionar a Democracia.