Judo. Ucranianos em Portugal contra militares russos em prova de competição

Judo. Ucranianos em Portugal contra militares russos em prova de competição


Associação refere que, o oficial das Forças Armadas da Rússia, Inal Tasoev, recebeu a medalha de ouro no Grand Prix Portugal de Judo, em Odivelas, no dia 27 de janeiro, o que representou uma ofensa aos ucranianos em Portugal. 


A Associação dos Ucranianos em Portugal contestou a participação de militares russos numa prova internacional de judo, em Odivelas, e pediu ao governo português que crie medidas para garantir a efetiva neutralidade dos atletas. 

Numa carta entregue, esta quarta-feira, na Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, a associação refere que, o oficial das Forças Armadas da Rússia, Inal Tasoev, recebeu a medalha de ouro no Grand Prix Portugal de Judo, em Odivelas, no dia 27 de janeiro, o que representou uma ofensa aos ucranianos em Portugal. 

“Os militares russos que são responsáveis pela morte dos ucranianos andam livremente em campeonatos” desportivos, disse Pavlo Sadhoka, em declarações à agência Lusa.

O responsável acrescentou que Portugal deveria atuar junto à Federação Internacional de Judo para pedir a “verificação dos chamados atletas neutros”, pode ler-se na carta. 

“Em particular, é conveniente obrigar esses atletas a assinar uma declaração de atitude adequada perante a guerra travada pela Federação Russa na Ucrânia, conforme exigido por algumas outras federações internacionais”, diz ainda a nota.  

Já no que diz respeito à UE, a associação defende que “seria conveniente discutir a questão da proibição da concessão de vistos Schengen a atletas ‘neutros’”, limitando esses casos a “vistos nacionais” destinados a “eventos desportivos importantes”, pode ler-se na carta entregue hoje. 

“Desde o início da extensa agressão da Rússia contra a Ucrânia, os russos tiraram a vida de 420 atletas ucranianos”, que “sonhavam em conquistar medalhas, participar em competições internacionais e dedicar as suas vidas ao desporto e não à guerra”, diz ainda a nota, lamentando o episódio como um ato de “legalizar o terrorismo através do desporto”.