Um tribunal iraniano condenou a Prémio Nobel da Paz a mais 15 meses de prisão e a dois anos de exílio de Teerão por “difundir propaganda” contra a República Islâmica. Esta é a quinta sentença contra Narges Mohammadi, indicou esta segunda-feira a família da ativista.
“O Tribunal Revolucionário condenou Narges Mohammadi a 15 meses de prisão; um exílio de dois anos de Teerão e províncias vizinhas; uma proibição de viagem durante um período de dois anos assim como fica impedida de participar em grupos políticos e sociais e de usar telefones móveis durante dois anos”, acrescentaram os parentes da ativista presa de 2021.
Em comunicado difundido através da rede social Instagram, a família revelou ainda que Mohammadi, 51 anos, se recusou a comparecer no julgamento invocando a “falta de independência do poder judicial” e a “ilegalidade dos tribunais revolucionários” do país.
“A sentença parece ser uma mensagem política para Narges Mohammadi, repetindo as acusações de que ela reiteradamente incita e encoraja as pessoas a ter opiniões contra o regime islâmico para provocar o caos e a agitação”, refere o mesmo comunicado.
A ativista denunciou nos últimos meses os tribunais revolucionários por emitirem sentenças de morte contra jovens mencionando Mohsen Shekari, 23 anos, o primeiro manifestante a ser executado por participar nos protestos desencadeados pela morte da jovem de origem curda Mahsa Amini em 2022.
Narges Mohammadi está a cumprir uma pena de 10 anos na prisão de Evin, Teerão, desde novembro de 2021. Esta é a quinta sentença contra a ativista desde esse ano, três das proferidas enquanto estava presa, e a primeira desde que foi distinguida com o Prémio Nobel da Paz em outubro do ano passado.
Mohammadi foi condenada a um total de 12 anos e três meses de prisão e 154 chicotadas, entre outras penas. O Prémio Nobel da Paz foi atribuído a Mohammadi “pela luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade”.