A transferência hospitalar, urgente, de Narges Mohammadi, laureada com o prémio Nobel da Paz de 2023, para o Irão, foi recusada. O motivo prende-se pela recusa da ativista e jornalista em cobrir a cabeça com véu islâmico.
A família de Mohammadi explica, em comunicado, que no domingo “o diretor prisional anunciou que, de acordo com as ordens das autoridades superiores, era proibido transferir Mohammadi para o hospital sem véu islâmico, sendo a sua transferência cancelada pela segunda vez”.
A mesma nota refere que uma equipa médica, na segunda-feira, foi à ala feminina da prisão de Evin para examinar Mohammadi e realizar uma eletrocardiograma após a “prisão ter recusado transferir Narges para a enfermaria”.
“Ela está disposta a arriscar a vida ao não usar o ‘hijab obrigatório’, mesmo para tratamento médico”, afirmou a família, que alerta para os problemas pulmonares e cardíacos da ativista.
Recorde-se que o Comité Nobel atribuiu o Prémio Nobel da Paz, a 6 de outubro, a Narges, uma ativista e jornalista, de 51 anos, pela “sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e a sua luta pela promoção dos direitos humanos”.