Israel reforçou a segurança na zona do Mar Vermelho com navios de guerra, após vários ataques de mísseis balísticos e drones lançados pelo grupo xiita huthi, do Iémen. O Hamas saudou o corte de relações entre a Bolívia e Israel e a Faixa de Gaza ficou sem comunicações.
“De acordo com a avaliação da situação e como parte dos esforços defensivos na área, navios equipados com mísseis da Marinha israelita chegaram ontem [terça-feira] à zona do Mar Vermelho”, afirmou esta quarta-feira um porta-voz de Telavive, uma vez que as forças israelitas intercetaram “uma ameaça aérea que foi identificada na zona do Mar Vermelho”, a sul da cidade turística de Eilat, no extremo sul de Israel, próxima do Egito.
O grupo iemenita huthi promete continuar a lançar ataques contra Israel, como forma de apoio aos palestinianos, referindo que as operações irão continuar enquanto não cessarem os bombardeamentos israelitas sobre Gaza
Estes acontecimentos ocorrem depois de o Governo de Israel ter ameaçado os huthis com uma retaliação pelos ataques que lançaram na sequência da guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, a 07 de outubro.
Entretanto, o movimento terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, saudou esta quarta-feira a decisão do Governo da Bolívia de romper as relações diplomáticas com Israel.
“Elogiamos fortemente a postura corajosa do Governo boliviano por cortar laços com a entidade sionista, que ocorreu em resposta à agressão fascista israelita e aos massacres cometidos a cada minuto contra o nosso povo na já bloqueada Faixa de Gaza”, disse o Hamas, citado em comunicado.
O grupo terrorista renovou o seu apelo para que os países árabes e islâmicos, que “normalizaram as suas relações” com Israel, sigam os passos de Bolívia, Chile e Colômbia. Estes dois últimos convocaram na terça-feira os respetivos embaixadores em Israel. “Essas posições honrosas serão imortalizadas na história dos países que rejeitam a agressão e triunfam pela justiça da nossa causa e pelos direitos do nosso povo à liberdade e à autodeterminação”, salientou o Hamas.
Também esta quarta-feira, o operador de telecomunicações palestiniano Paltel disse que houve um “corte total” das linhas telefónicas e de Internet na Faixa de Gaza, cercada pelo exército israelita.
O Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, de acordo com as autoridades. Mais de 200 pessoas foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo terrorista desde então.
Após o ataque, Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, classificado como organização terrorista pelos EUA e UE.
Segundo a ONU, desde o início da guerra, os bombardeamentos de Israel mataram mais de 8.000 palestinianos na Faixa de Gaza e provocaram 1,4 milhões de deslocados internos.