No país dos doutores importantes


A Câmara de Lisboa facultou todos os dados pedidos, não escondendo a sobreposição das multas dos radares fixos e móveis, bem como toda a informação pedida. Um bom exemplo do que deve ser um serviço público.


Há uns tempos, não muito distantes, depois da hora do fecho do jornal, costumávamos falar das dificuldades que tínhamos tido com a edição, antes de programarmos a seguinte, no tempo em que o i era diário. E, não raras vezes, constatávamos que era mais fácil falar com um prémio Nobel do que com qualquer instituição em Portugal. Até quando rebentou a guerra na Ucrânia a Marta Reis conseguiu falar com o responsável da energia atómica do país de Zelensky. Vem esta conversa a propósito desta edição temática sobre a segurança rodoviária, que teve de ser adiada para dar mais tempo à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para nos fornecer os dados pedidos e que não estão no seu site. Mesmo com mais uma semana, as respostas, na sua maioria, só chegaram na tarde de ontem e algumas perguntas ficaram em branco. Também a PSP não teve tempo para dizer quais são as ruas em Lisboa e no Porto onde morrem mais pessoas vítimas de acidentes rodoviários.

Curiosamente, ontem, a meio da tarde, a Lusa fez uma notícia que respondia a uma das nossas perguntas e que nos foi facultada: qual o número de multas perdoadas devido à visita papal?

Mas os jornais existem para dar notícias que alguns organismos querem esconder ou não gostam que sejam dadas sem ser de uma forma que entendem a mais adequada. Pouca importa, fazer jornais é ultrapassar obstáculos e é por isso que hoje temos nas bancas uma edição quase dedicada à segurança rodoviária. Percebe-se que o objetivo deste Governo, como qualquer outro, é reduzir o número de mortos e de feridos, mas também se constata, facilmente, que os radares são uma nova fonte de receitas importante para o Estado. E não é só nos locais perigosos, pois muitos radares estão em vias de três faixas onde só se pode andar a 50, quando no fatídico IP 3 a velocidade permitida é, na maioria dos casos, 90. Incongruências, como as da Polícia Municipal de Lisboa e a PSP concorrerem em algumas artérias com os seus radares transportáveis, cada um no seu lado da rua.

P. S. A Câmara de Lisboa facultou todos os dados pedidos, não escondendo a sobreposição das multas dos radares fixos e móveis, bem como toda a informação pedida. Um bom exemplo do que deve ser um serviço público.

No país dos doutores importantes


A Câmara de Lisboa facultou todos os dados pedidos, não escondendo a sobreposição das multas dos radares fixos e móveis, bem como toda a informação pedida. Um bom exemplo do que deve ser um serviço público.


Há uns tempos, não muito distantes, depois da hora do fecho do jornal, costumávamos falar das dificuldades que tínhamos tido com a edição, antes de programarmos a seguinte, no tempo em que o i era diário. E, não raras vezes, constatávamos que era mais fácil falar com um prémio Nobel do que com qualquer instituição em Portugal. Até quando rebentou a guerra na Ucrânia a Marta Reis conseguiu falar com o responsável da energia atómica do país de Zelensky. Vem esta conversa a propósito desta edição temática sobre a segurança rodoviária, que teve de ser adiada para dar mais tempo à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para nos fornecer os dados pedidos e que não estão no seu site. Mesmo com mais uma semana, as respostas, na sua maioria, só chegaram na tarde de ontem e algumas perguntas ficaram em branco. Também a PSP não teve tempo para dizer quais são as ruas em Lisboa e no Porto onde morrem mais pessoas vítimas de acidentes rodoviários.

Curiosamente, ontem, a meio da tarde, a Lusa fez uma notícia que respondia a uma das nossas perguntas e que nos foi facultada: qual o número de multas perdoadas devido à visita papal?

Mas os jornais existem para dar notícias que alguns organismos querem esconder ou não gostam que sejam dadas sem ser de uma forma que entendem a mais adequada. Pouca importa, fazer jornais é ultrapassar obstáculos e é por isso que hoje temos nas bancas uma edição quase dedicada à segurança rodoviária. Percebe-se que o objetivo deste Governo, como qualquer outro, é reduzir o número de mortos e de feridos, mas também se constata, facilmente, que os radares são uma nova fonte de receitas importante para o Estado. E não é só nos locais perigosos, pois muitos radares estão em vias de três faixas onde só se pode andar a 50, quando no fatídico IP 3 a velocidade permitida é, na maioria dos casos, 90. Incongruências, como as da Polícia Municipal de Lisboa e a PSP concorrerem em algumas artérias com os seus radares transportáveis, cada um no seu lado da rua.

P. S. A Câmara de Lisboa facultou todos os dados pedidos, não escondendo a sobreposição das multas dos radares fixos e móveis, bem como toda a informação pedida. Um bom exemplo do que deve ser um serviço público.