Desde algumas semanas a esta parte, venho acompanhando com profunda repulsa, a forma como meia dúzia de saltimbancos têm espalhado o caos por Lisboa, ao abrigo, dizem eles e quem os defende, do seu direito de manifestação e objectivo em “acordar consciências”.
Pois bem, lamento imenso, mas a meu ver não estamos perante activismo, estamos perante imbecilidade, e com tantos problemas que as pessoas hoje enfrentam, parece-me que paciência para aturar imbecis, é coisa que não há.
Já agora, aproveito também para aclarar, não vá alguém querer processar-me, que considerar a “Climáximo” como uma imbecilidade não é ofensa nenhuma. São alguns dos mais reputados dicionários de português “online”, quem classifica imbecilidade/imbecil como, e cito: “3. [Antigo] [Psicopatologia] Deficiência moderada do desenvolvimento das faculdades intelectuais, equivalente a uma idade mental entre os três e os sete anos, caracterizada por um quociente de inteligência entre 30 e 50.", ou mesmo, noutro caso, e cito novamente: “3. (Psiquiatria) Diz-se do indivíduo que sofre ou manifesta imbecilidade, vulgarmente designada por atraso mental;”
Talvez “atraso mental” possa ser considerado excessivo. Ou talvez não. Mas também não sou eu quem o diz, são estes dicionários. Cada cabeça, sua sentença. Fica ao critério de cada um.
Já agora, para que não me chamem fascista ou qualquer outro desses chavões da moda, aproveito ainda para aclarar, agora sim em meu entendimento, que os operacionais da “Climáximo” têm todo o direito em manifestar-se. Liberdade sempre e que o possam fazer toda a vida.
Agora, o que também acho, é que ainda que tenham todo o direito em manifestar-se, têm simultaneamente o dever de fazê-lo, por um lado, no escrupuloso cumprimento da legalidade, e por outro, sem importunar a vida à malta.
Convenhamos, é um bocado maçador, sei lá, por exemplo, um pai ir a conduzir o seu carro para deixar o seu filho na escola, e além de prestar atenção ao trânsito e à criança, ainda ter de ir preocupado com a possibilidade de um maluco qualquer se deitar em pleno asfalto. É desagradável…
Já agora, pessoal, apenas mais alguns desabafos:
As tintas poluem. Poluem porque têm compostos poluentes. Quantas mais latas de tinta forem abertas, mais terão de ser produzidas e mais poluição existirá. Ora, abrir uma lata de tinta para lançá-la a quem quer que seja, no âmbito em que tal aconteceu, além de ser juridicamente um crime, ambientalmente é apenas, estupido;
Lançar tinta contra uma obra de arte que esteja num museu não é uma manifestação de luta pela defesa do clima, é apenas um acto de vandalismo. Normalmente os vândalos são presos, não sei se conseguem seguir o raciocínio;
Uma pessoa deitar-se na segunda circular ou pendurar-se num viaduto de uma qualquer estrada, não acorda consciências nenhumas. Apenas assusta a dos condutores, pela possibilidade de alguém acabar atropelado;
Pior, é que se atropelar alguém deve ser péssimo, atropelar um pretenso ambientalista deve ser terrível.
Basta para isso pensar, que caso o atropelamento seja fatal, eventualmente esse ambientalista não vai querer ir a sepultar da forma tradicional para não poluir os solos subterrâneos, ter-se-á de pagar uma cremação, essa cremação emitirá fumos para a atmosfera, e esses fumos poderão contribuir para a destruição da camada do ozono. Portanto meus amigos, pensem bem na vossa vida;
Já interromper uma peça no Teatro São Luiz dizendo que o significado da mesma é “sobre nós, sobre a nossa normalidade”, mais parece obedecer ao critério de normalidade tantas vezes invocado por alguns dos mais antigos inquilinos do Miguel Bombarda;
E quando alguém entrevistado por uma televisão, diz que estes movimentos são pela paz, e que, portanto, ninguém quer confrontos físicos, para logo depois, quando questionado sobre a destruição de bens, responder qualquer coisa como “aí já temos que ver o que se considera ser um bem”, bom…isto está apenas ao alcance de um inimputável, e os inimputáveis, regra geral, são internados, alguns deles, num estabelecimento como o anteriormente mencionado;
Por fim, apenas porque acho que a piada já se fez sozinha, uma pessoa deslocar-se à Avenida da Liberdade para partir a montra da Gucci, isto por achar que a luta contra a poluição é simultaneamente a luta contra o capitalismo, é próprio de quem pode ter começado o dia a fumar qualquer coisa que não apenas tabaco. Vejam lá se as estufas do material não levam fertilizantes em demasia;
Enfim, pessoal, tenho estado aqui na brincadeira e tal, mas a última frase é a sério.
Vão trabalhar!!