A Defesa Nacional e o Desporto


A legitimidade de fazer guerra é pois reconhecida aos povos soberanos, embora tal conceito se justifique “mais” para a defesa do que para o ataque (expansionismo). 


Por razões que a seguir serão aduzidas, podemos afirmar que é extremamente importante sensibilizar a Juventude para a prática do Desporto e que este seja conduzido por forma a constituir uma técnica para a Nação. Não faz sentido entregar a Defesa da Nação a terceiros ou a um só grupo profissional visto que ela deve ser tarefa da totalidade da população. É evidente que é na Juventude que os cidadãos terão de criar consciência das suas obrigações para com a Nação e adquirir uma preparação tecnocientífica capaz. Mas tal só é possível com uma profunda alteração de mentalidade, único caminho para o desenvolvimento da Nação e, sobre tudo, para a cooperação entre os cidadãos. Despertar o espírito cívico dos cidadãos através do Desporto é uma tarefa aliciante, que se impõe para que a Juventude possa, motivada, servir a Nação e, simultaneamente, receber dela os “impulsos” e “estímulos” suficientes para atingir a maturidade traduzida nesse “desideratum” que é a consciência de cidadão.

O Homem nasce numa comunidade para mais tarde se vincular a uma sociedade. Isto é, de um fatalismo (nascimento), evolui para, através de um acto voluntário e inteligente, se vincular a determinado meio e estrato social. Desde sempre o Homem compreendeu a importância da vida em grupo para a realização das suas necessidades primárias. Depois de ter sido nómada ele fixou-se, escolheu o local para viver em função dos seus interesses e deixou à mulher a tarefa e a função de ser agricultor, já que ele partia para a caça e tinha ainda de se empenhar na segurança dos seus haveres e familiares.

Das várias formas possíveis de organização social, o Homem optou sempre pela divisão do trabalho, das diferentes tarefas necessárias à sua subsistência, e, desde sempre, reconheceu a necessidade da existência de um chefe. O Homem organiza-se para a cooperação e para a prossecução de objectivos e finalidades comuns, ou seja, que interessam ao agregado social. A cooperação é pois o primeiro acto social que surge por imposição das condições conjunturais e é fruto de um acto voluntário e inteligente do Homem. Depois da escolha do local para viver e da criação dos meios de subsistência, o Homem confrontou-se com uma necessidade de defender os seus haveres e ainda as vidas dos seus familiares e “vizinhos”. É aqui que nasce a necessidade de os grupos se defenderem do “inimigo” que lhe cobiça a comida, a casa, as mulheres e a “mão-de-obra”, através do trabalho obrigatório (compulsivo).

O Homem, nesta fase embrionária da defesa dos seus interesses, sentia a necessidade de “construir” uma defesa eficaz; mas tal objectivo passava por uma divisão de tarefas e por uma preparação científica que era de todo impossível estruturar, por ausência de conhecimento, ou seja, de saber. É toda a diferença que vai do sentir ao saber. Assim, chegamos à criação de Espaços organizados com autoridades estabelecidas, que revelam já formas evoluídas de organização social e de cooperação para a defesa comum. É evidente que só com o advento da criação dos Estados e com a sua organização e reconhecimento, a nível internacional, é que foi possível conceber uma defesa dos grupos baseada na guerra de tipo convencional, legitimada pelo conceito de soberania que não reconhecia força igual na ordem interna, nem superior na ordem externa.

A legitimidade de fazer guerra é pois reconhecida aos povos soberanos, embora tal conceito se justifique “mais” para a defesa do que para o ataque (expansionismo). De Bodin até aos dias de hoje vai toda uma diferença que passa pela evolução do “direito” de fazer guerra até ao “direito” à paz, que todos os povos devem ter.

Daqui se pode inferir que a Defesa Nacional é um conceito pacífico, que deve traduzir-se numa capacidade de mobilização de toda a população para a defesa do seu projecto de vida, quando ele estiver ameaçado, e deverá consubstanciar-se num poder dissuasor, que desmobilize os “apetites” e “instintos” bélicos de terceiros.

Sociólogo

A Defesa Nacional e o Desporto


A legitimidade de fazer guerra é pois reconhecida aos povos soberanos, embora tal conceito se justifique “mais” para a defesa do que para o ataque (expansionismo). 


Por razões que a seguir serão aduzidas, podemos afirmar que é extremamente importante sensibilizar a Juventude para a prática do Desporto e que este seja conduzido por forma a constituir uma técnica para a Nação. Não faz sentido entregar a Defesa da Nação a terceiros ou a um só grupo profissional visto que ela deve ser tarefa da totalidade da população. É evidente que é na Juventude que os cidadãos terão de criar consciência das suas obrigações para com a Nação e adquirir uma preparação tecnocientífica capaz. Mas tal só é possível com uma profunda alteração de mentalidade, único caminho para o desenvolvimento da Nação e, sobre tudo, para a cooperação entre os cidadãos. Despertar o espírito cívico dos cidadãos através do Desporto é uma tarefa aliciante, que se impõe para que a Juventude possa, motivada, servir a Nação e, simultaneamente, receber dela os “impulsos” e “estímulos” suficientes para atingir a maturidade traduzida nesse “desideratum” que é a consciência de cidadão.

O Homem nasce numa comunidade para mais tarde se vincular a uma sociedade. Isto é, de um fatalismo (nascimento), evolui para, através de um acto voluntário e inteligente, se vincular a determinado meio e estrato social. Desde sempre o Homem compreendeu a importância da vida em grupo para a realização das suas necessidades primárias. Depois de ter sido nómada ele fixou-se, escolheu o local para viver em função dos seus interesses e deixou à mulher a tarefa e a função de ser agricultor, já que ele partia para a caça e tinha ainda de se empenhar na segurança dos seus haveres e familiares.

Das várias formas possíveis de organização social, o Homem optou sempre pela divisão do trabalho, das diferentes tarefas necessárias à sua subsistência, e, desde sempre, reconheceu a necessidade da existência de um chefe. O Homem organiza-se para a cooperação e para a prossecução de objectivos e finalidades comuns, ou seja, que interessam ao agregado social. A cooperação é pois o primeiro acto social que surge por imposição das condições conjunturais e é fruto de um acto voluntário e inteligente do Homem. Depois da escolha do local para viver e da criação dos meios de subsistência, o Homem confrontou-se com uma necessidade de defender os seus haveres e ainda as vidas dos seus familiares e “vizinhos”. É aqui que nasce a necessidade de os grupos se defenderem do “inimigo” que lhe cobiça a comida, a casa, as mulheres e a “mão-de-obra”, através do trabalho obrigatório (compulsivo).

O Homem, nesta fase embrionária da defesa dos seus interesses, sentia a necessidade de “construir” uma defesa eficaz; mas tal objectivo passava por uma divisão de tarefas e por uma preparação científica que era de todo impossível estruturar, por ausência de conhecimento, ou seja, de saber. É toda a diferença que vai do sentir ao saber. Assim, chegamos à criação de Espaços organizados com autoridades estabelecidas, que revelam já formas evoluídas de organização social e de cooperação para a defesa comum. É evidente que só com o advento da criação dos Estados e com a sua organização e reconhecimento, a nível internacional, é que foi possível conceber uma defesa dos grupos baseada na guerra de tipo convencional, legitimada pelo conceito de soberania que não reconhecia força igual na ordem interna, nem superior na ordem externa.

A legitimidade de fazer guerra é pois reconhecida aos povos soberanos, embora tal conceito se justifique “mais” para a defesa do que para o ataque (expansionismo). De Bodin até aos dias de hoje vai toda uma diferença que passa pela evolução do “direito” de fazer guerra até ao “direito” à paz, que todos os povos devem ter.

Daqui se pode inferir que a Defesa Nacional é um conceito pacífico, que deve traduzir-se numa capacidade de mobilização de toda a população para a defesa do seu projecto de vida, quando ele estiver ameaçado, e deverá consubstanciar-se num poder dissuasor, que desmobilize os “apetites” e “instintos” bélicos de terceiros.

Sociólogo